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Fla tentou Jesus até fim de 2021 e esbarrou em saída sem custos por acordo

Técnico Jorge Jesus e o presidente do Flamengo, Rodolfo Landim. Fla tentou acordo mais longo - Thiago Ribeiro/AGIF
Técnico Jorge Jesus e o presidente do Flamengo, Rodolfo Landim. Fla tentou acordo mais longo Imagem: Thiago Ribeiro/AGIF

Leo Burlá

Do UOL, no Rio de Janeiro

04/06/2020 04h00

O acordo entre Flamengo e Jorge Jesus até o meio de 2021 foi a forma encontrada pelo clube para se proteger economicamente e garantir a permanência do treinador pelo maior tempo possível.

O desejo do Fla era que o novo acordo valesse até o final do ano que vem, mas o Mister não topou. Ante ainda a imprevisibilidade do calendário, o português achou melhor permanecer por só mais um ano. Além disso, o Rubro-Negro teria de dar a ele uma cláusula de saída no meio do ano que vem sem penalidades ao técnico.

Caso a conversa tivesse caminhado por este lado, o time carioca até poderia ter o treinador por mais tempo, mas correria risco de não ser ressarcido em caso de saída prematura e teria de ficar refém do contrato até o seu último dia.

No modelo que ficou acordado, Jesus terá de reembolsar os cofres da Gávea se aceitar um novo desafio ainda este ano. Apesar deste item constar na redação que está sendo tocada por ambos os lados, esta hipótese não é tratada como muito provável pela cúpula.

A reunião que selou o casamento contou com a presença do vice-presidente Marcos Braz, do diretor Bruno Spindel, e também de Rodrigo Dunshee, vice geral e jurídico. Jesus foi representado por Bruno Macedo, seu agente, e por um advogado. A expectativa é que o anúncio oficial não passe desta semana, embora o luso já tenha garantido o seu "fico" em uma rede social.

O Flamengo ficou extremamente satisfeito com o fim das conversas, já que não vê muitas diferenças neste novo trato em relação ao anterior. Jorge Jesus e sua comissão técnica vão embolsar 3,5 milhões de euros, que será regido pela cotação do dia da moeda europeia. Em bases atuais, a soma seria de R$ 20,3 milhões. Esse montante é livre de impostos. Com os tributos, cerca de R$ 28 milhões/ano, ou aproximadamente R$ 2,1 milhões mensais para a equipe.

Antes da pandemia do novo coronavírus, Jesus pediu aumento significativo, entre 50% e 55%. Mas teve que ceder e fechar em bases próximas às atuais, ante o surgimento do novo coronavírus, que alterou radicalmente o cenário econômico do planeta e na indústria do futebol.

Ficou acordado também que o treinador manterá intactos os valores por premiações em caso de títulos nesta nova jornada. A Libertadores é a cereja do bolo e um eventual tricampeonato vai render 1,5 milhões de euros (R$ 8,8 milhões). O Mister chegou ao clube em um ano e colecionou troféus. Neste intervalo, liderou o clube nas conquistas do Brasileiro, da Libertadores, da Recopa e da Supercopa.