Grupo que une jogadores e peita autoridades é liderado por ex-palmeirense
Chamou atenção nos últimos dias a mobilização pública de um grande número de jogadores de futebol da elite nacional, como D'Alessandro (Internacional), Diego (Flamengo), Felipe Melo (Palmeiras), Fernando Prass (Ceará), Marinho (Santos) e Ricardo Oliveira (Atlético-MG), entre outros.
Eles fizeram pressão pela retirada de dois artigos do Projeto de Lei 2125/2020, que aborda a suspensão do pagamento do ProFut por parte dos clubes, e a mobilização via redes sociais deu certo. Os artigos tratavam de questões trabalhistas dos jogadores, com proposta de reduzir até 50% do valor do contrato na rescisão, mas acabaram suprimidos da votação pelo relator, o deputado Marcelo Aro (PP-MG).
No WhatsApp, comemoração. Todos os jogadores citados fazem parte de um mesmo grupo, com mais de cem pessoas, no aplicativo de mensagens. Segundo apurou o UOL Esporte, essa tem sido a principal ferramenta para conversas entre os boleiros sobre decisões de clubes e posicionamentos coletivos em meio à pandemia do novo coronavírus. Há representantes das quatro divisões do Campeonato Brasileiro e também de times sem calendário nacional, de acordo com relatos.
Quem coordena o grupo é o ex-atacante Washington, aposentado desde 2015 e que durante a carreira defendeu clubes como Vasco, Ceará, Portuguesa e Palmeiras, pelo qual foi um dos artilheiros da Libertadores de 2006. Ele é presidente do Sindicato dos Atletas de Futebol do Município de São Paulo. Felipe Augusto Leite, presidente da Federação Nacional dos Atletas Profissionais de Futebol, também está no grupo.
Uma das decisões coletivas gestadas no grupo foi uma nota publicada nas redes sociais de vários jogadores do Santos após corte salarial de 70%, em maio. Os atletas haviam combinado com a diretoria que a diminuição seria de 30% e foram pegos de surpresa com a decisão impositiva. Boa parte do elenco compartilhou um comunicado que dizia ser "inadmissível que os atletas passem por essa situação."
O fluxo de mensagens do grupo no WhatsApp cresceu consideravelmente no contexto da pandemia, com atenção também à situação de clubes que disputam a Série C e a Série D e o não-pagamento de auxílio emergencial do governo à maioria de jogadores que não estão entre os grandes salários do futebol nacional.
Porém, a maior mobilização foi mesmo com o Projeto de Lei apresentado pelo deputado Arthur Maia (DEM-BA), em abril. Vários jogadores postaram uma mensagem unificada nas redes sociais: "O que acha de apresentar um projeto que realmente ataque os verdadeiros e recorrentes problemas do futebol brasileiro?"
Os boleiros também escreveram que "não existe futebol sem jogadores" e, no grupo, cogitaram um movimento de greve caso os artigos que suprimiam direitos não fossem retirados do Projeto de Lei. No fim, de acordo com Marcelo Aro, uma negociação com o Ministério da Cidadania concluiu que a discussão destes artigos deve ficar para setembro.
O PL propõe que, enquanto durar a pandemia e mais 180 dias, fica suspensa a cobrança do ProFut - refinanciamento da dívida dos clubes. Depois de 180 dias, eles voltam a pagar. O documento também autoriza que os clubes façam contratos de 30 dias com jogadores para completar os Estaduais, e não o mínimo de três meses atualmente em vigor. Os principais clubes do Brasil apoiam a iniciativa.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.