Casão cita preconceito por dependência química e diz: 'Mundo quer respirar'
A morte por asfixia de George Floyd e os movimentos de combate ao racismo fizeram Walter Casagrande recordar, durante o Troca de Passes de hoje, o preconceito que sofre por ser dependente químico.
Um dos membros do movimento "Esporte pela Democracia", o comentarista do Grupo Globo afirmou que o preconceito machuca a alma das vítimas. Recordando a morte do americano por um policial, Casão disse que o mundo não quer mais um joelho em seu pescoço.
"Eu sou um cara que veio da periferia, e meus pais me ensinaram a ter respeito por todas as pessoas, independentemente de qualquer diferença. Eu cresci dessa maneira e sou desse jeito. A sociedade não aguenta mais a violência, a opressão, o racismo, a homofobia, feminicídio. A sociedade não quer mais isso. O mundo não quer mais um joelho no pescoço. O mundo quer respirar. A nossa sociedade quer respirar. Todo mundo quer respirar. Este joelho no pescoço do George Floyd é um joelho no pescoço do mundo", disse o ex-jogador.
Na sequência, Casagrande falou sobre dependência química, assim como os insultos que recebe até hoje:
"Eu sofri preconceito, e sofro ainda, porque sou dependente químico. É uma classe que não tem respeito. Chamam de viciado, drogado, vagabundo, e você tem que ouvir e seguir em frente. Eu aprendi a seguir em frente. Eu não sei como é a dor de um negro quando sofre racismo, mas eu sei como é a dor de um cara que é dependente químico, que luta todos os dias para não recair, e é chamado de drogado, viciado e vagabundo. Eu sei o tamanho da dor que eu tenho. Então, eu respeito muito o tamanho da dor das outras pessoas", relatou o comentarista.
"A minha dor de ser dependente químico e ser chamado de vagabundo é muito grande, que passa pelo meu coração e vai direto na minha alma. Acho que deve ser uma dor parecida a do racismo. A dor de um ato racista fere a alma de um negro", concluiu.
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