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Brasil desiste de candidatura a sede da Copa do Mundo feminina de 2023

Edição mais recente do torneio foi disputada na França; CBF apoia candidatura da Colômbia para 2023 - Bernadett Szabo/Reuters
Edição mais recente do torneio foi disputada na França; CBF apoia candidatura da Colômbia para 2023 Imagem: Bernadett Szabo/Reuters

Do UOL, em São Paulo

08/06/2020 18h33

A Confederação Brasileira de Futebol (CBF) anunciou hoje a retirada da candidatura do Brasil a sede da Copa do Mundo feminina de 2023. Segundo comunicado divulgado no fim da tarde de hoje pela entidade, a decisão foi tomada após "uma combinação de fatores".

Entre os motivos, o texto cita a falta de garantias do governo federal, segundo avaliação da Fifa, para a realização do torneio. A pandemia do novo coronavírus e a situação econômica do país também foram destacadas.

"A CBF compreende a necessidade da Fifa de obter tais garantias e sabe que elas fazem parte do protocolo padrão da entidade internacional, sendo elemento fundamental para conferir a segurança necessária para efetiva realização de eventos deste porte", diz o texto.

"O Governo Federal, por sua vez, elaborou para a Fifa uma carta de apoio institucional na qual garantiu que o país está absolutamente apto a receber o evento do ponto de vista estrutural, como já o fez em situações anteriores. No entanto, ressaltou que, por conta do cenário de austeridade econômica e fiscal, fomentado pelos impactos da pandemia da covid-19, não seria recomendável, neste momento, a assinatura das garantias solicitadas pela Fifa", acrescenta.

A CBF alegou ainda que a grande quantidade de eventos esportivos internacionais realizados no Brasil nos últimos anos "poderia não favorecer a candidatura". Entre 2007 e 2019, o país foi sede de Jogos Pan-Americanos, Copa das Confederações, Copa do Mundo masculina, Olimpíada e Copa América masculina, entre outros.

A decisão da sede da próxima edição da Copa do Mundo feminina sai em votação marcada para o dia 25 de junho. Neste momento, são três candidaturas: Japão, Colômbia e Austrália/Nova Zelândia.

Fora do páreo, a CBF manifestou seu apoio à Colômbia. "Desta forma, a Conmebol se apresenta com uma candidatura única, aumentando as chances sul-americanas na votação, além de reforçar a unidade que marca a atual gestão da entidade", argumenta a entidade.

A edição mais recente da Copa do Mundo feminina foi disputada em 2019, na França, e teve a seleção dos Estados Unidos como vencedora do título. O Brasil caiu nas oitavas de final, diante das anfitriãs francesas.

Confira a nota oficial divulgada pela entidade:

Após minuciosa avaliação, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) decidiu retirar a candidatura do Brasil à sede da Copa do Mundo Feminina FIFA 2023. Uma combinação de fatores levou a esta decisão, tomada com grande responsabilidade.

Análise da FIFA sobre a documentação da candidatura brasileira considerou que não foram apresentadas as garantias do Governo Federal e documentos de terceiras partes, públicas e privadas, envolvidas na realização do evento.

A CBF compreende a necessidade da FIFA de obter tais garantias e sabe que elas fazem parte do protocolo padrão da entidade internacional, sendo elemento fundamental para conferir a segurança necessária para efetiva realização de eventos deste porte.

O Governo Federal, por sua vez, elaborou para a FIFA uma carta de apoio institucional na qual garantiu que o país está absolutamente apto a receber o evento do ponto de vista estrutural, como já o fez em situações anteriores. No entanto, ressaltou que, por conta do cenário de austeridade econômica e fiscal, fomentado pelos impactos da pandemia da Covid-19, não seria recomendável, neste momento, a assinatura das garantias solicitadas pela FIFA.

Diante do momento excepcional vivido pelo país e pelo mundo, a CBF compreende a posição de cautela do Governo brasileiro, e de outros parceiros públicos e privados, que os impediu de formalizar os compromissos no prazo ou na forma exigidos.

Soma-se a isso a nossa percepção, construída durante o processo, de que o acúmulo de eventos esportivos de grande porte realizados em curto intervalo de tempo no Brasil - Copa das Confederações 2013, Copa do Mundo FIFA 2014, Jogos Olímpicos e Paralímpicos Rio 2016, CONMEBOL Copa América 2019 e Copa do Mundo FIFA Sub-17 2019 - poderia não favorecer a candidatura na votação do próximo dia 25 de junho, apesar de serem provas incontestáveis de capacidade de entrega.

Sendo assim, a CBF decidiu retirar a candidatura brasileira e apoiar a Colômbia na disputa para a sede da Copa do Mundo Feminina FIFA 2023. Desta forma, a CONMEBOL se apresenta com uma candidatura única, aumentando as chances sul-americanas na votação, além de reforçar a unidade que marca a atual gestão da entidade.

A CBF agradece a todas e todos que participaram da candidatura brasileira e reafirma seu compromisso com o desenvolvimento do futebol feminino no país. Um compromisso que vem sendo demonstrado tanto no fortalecimento das competições entre clubes, quanto das Seleções Nacionais. Seguimos com o objetivo de realizar uma edição da Copa do Mundo Feminina FIFA em gramados brasileiros e a trabalhar para que isso aconteça assim que possível.