Corinthians atinge 3 meses de salários atrasados e pode perder jogadores
Em profunda crise financeira, o Corinthians tem um novo problema para resolver. O clube paulista atingiu, no último dia 5, o período de três meses de salários atrasados no elenco. A falta de pagamento por 90 dias, segundo a Lei Pelé, dá direito ao jogador rescindir o contrato de modo unilateral.
A informação foi divulgada inicialmente pelo Meu Timão e confirmada pela reportagem do UOL Esporte, que procurou o clube para comentar o assunto. Por meio de sua assessoria, o Corinthians admitiu os atrasos e frisou que eles serão quitados nos próximos dias. A previsão é que uma parte dos vencimentos seja paga até sexta-feira.
Com a paralisação do futebol, que completará três meses no dia 17, o Corinthians, que já estava em crise financeira, com déficit de R$ 177 milhões em 2019, viu a situação se agravar. No dia 5 de abril, o clube deixou de pagar os salários pela primeira vez. Os vencimentos correspondem ao mês de março.
Três das maiores receitas do Corinthians sofreram impacto por causa da paralisação. Desde abril, o clube viu uma queda de 70% da cota de televisão. A expectativa é que esse corte seja ainda maior em junho.
Em relação aos patrocínios, que é a segunda maior receita, somente atrás da TV, o Corinthians deixou de receber o valor integral de cinco dos nove parceiros. Os outros quatro estão repassando apenas 25% do valor normal.
Houve queda também na receita de sócio-torcedor. Ela já atinge 30%. Vale ainda ressaltar que o clube já não conta com a receita de bilheteria há seis anos, desde a abertura da Arena Corinthians — toda a bilheteria é destinada ao fundo responsável pelo pagamento da obra.
Sem a maior parte das receitas, o Corinthians passou a reduzir gastos. Os salários dos jogadores do time profissional, da base e do feminino foram cortados em 25%. Além disso, houve redução de 70% dos salários dos funcionários, que serão contemplados com uma ajuda do governo, prevista na MP 936.
Diante dessa situação, o clube aguarda o adiantamento das quatro parcelas da venda de Pedrinho ao Benfica. O clube tem direito a 70% do montante de 20 milhões de euros (R$ 109 milhões na cotação atual) — ou R$ 76,3 milhões. Para obter esse valor agora, o clube procurou um banco europeu, com taxas de juros menores. O contrato de venda foi usado como garantia.
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