Diego Maurício: 'Tem negros bem-sucedidos que não são jogadores'
O atacante Diego Maurício, do CSA, e com passagem pelo futebol russo, afirmou que sofreu racismo no país europeu. No entanto, o jogador revelado pelo Flamengo disse que o preconceito sofrido na Rússia não é maior que o que já sofreu no Brasil.
Diego Maurício contou dois casos em que foi alvo de preconceito racial, um ocorrido na Rússia, e outro, mais recente, ocorrido no Brasil.
"Racismo existe da mesma maneira na Rússia e aqui. Eu passei por uma situação complicada na Rússia logo quando cheguei no país. Fui ao mercado e o segurança me encarou e me seguiu durante todo o tempo. Mesmo depois que eu paguei, ele continuou me seguindo, e me seguiu até meu carro. Mas não é só na Rússia. Há um ano e meio eu sofri com racismo aqui no Brasil. Em São Paulo, que é a terra da minha esposa, eu parei no posto de gasolina, abri o vidro e um carro de polícia parou. O policial me colocou de lado, perguntando se o carro era roubado e o que eu estava fazendo com aquela mulher - minha esposa é branca -, se era um sequestro, se era um assalto. Para minha esposa, perguntaram se eu estava roubando se ela estava ali à força", relatou em entrevista ao Expediente Futebol, do Fox Sports, hoje.
O atacante do CSA ressaltou o preconceito no Brasil em relação ao sucesso do negro. Diego Maurício disse que a impressão é de que o negro só pode ser bem-sucedido se for jogador de futebol.
"Depois de muita conversa, o policial me perguntou o que eu fazia. Quando eu disse que era jogador de futebol, ele nos deixou em paz. Mas tem muitos negros bem-sucedidos no país, em todas as profissões, não só jogadores de futebol. O fato de eles não pensarem nisso me deixou muito triste", complementou.
Erros e acertos na ida à Rússia
Apelidado pela torcida do Flamengo de 'Drogbinha' nos primeiros anos de sua carreira profissional, o atacante se transferiu para o Alania Vladikavkaz, da Rússia em 2012. Diego Maurício afirmou que foi uma decisão que o ajudou muito financeiramente, mas da qual ele se arrepende no âmbito esportivo.
"Eu venho da comunidade e o meu contrato com o futebol russo foi o meu primeiro contrato grande. Foi o que permitiu que eu desse uma casa para minha mãe e que eu mesmo melhorasse de condição financeira. Apesar disso, acho que não foi a melhor escolha esportiva. Na época, eu estava em ascensão. Vinha da conquista de um Sul-Americano sub-20 com a seleção brasileira (em 2011) com uma geração muito boa, que tinha Neymar, Lucas Moura, Casemiro. Então, esportivamente não foi a melhor escolha", completou.
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