Rodolfo Landim tem entrevista quente no SporTV. Galvão rebate "fake news"
Presidente do Flamengo, Rodolfo Landim foi o entrevistado de hoje do Bem, Amigos!, do SporTV. Em uma entrevista marcada por vários momentos em que o clima esquentou, o mandatário rubro-negro defendeu a volta do futebol o quanto antes diante de uma bancada unânime em defender o adiamento do retorno dos treinos e competições. O principal 'embate' foi com Galvão Bueno, que desmentiu uma informação apresentada por Landim.
Além deste momento, a temperatura da entrevista ainda subiu em diálogos do presidente flamenguista com os comentaristas Casagrande e Maurício Noriega. Além deles, Júnior, Sérgio Xavier e Caio Ribeiro também participaram do programa apresentado por Cléber Machado, que assumiu um papel de pacificador na atração.
Embate com Galvão e as 'fake news'
Questionado sobre o mau exemplo que o Flamengo estaria dando ao retornar com as atividades, Landim tentou usar um exemplo da TV Globo para efeito de comparação, mas viu Galvão rebater sua informação.
"Seguindo um protocolo em que todas as pessoas que vão participar do jogo são testadas, não vejo como isso seria um mau exemplo. A TV Globo também pretende voltar a gravar as novelas em junho, de acordo com o que eu li. e, provavelmente vai ter uma série de protocolos para isso. Também é uma forma de dar exemplo para a sociedade", disse Landim, que foi interrompido por Galvão.
"Antes que você continue, só para não continuar com o raciocínio errado, a TV Globo pretende voltar com as gravações no fim de julho. Mas apenas se a pandemia apresentar uma queda", disse o narrador.
"Que bom que você explicou. A gente fica perdido no meio de tantas notícias. (...) Nosso esforço é dividir isso com a população, como um bom exemplo. É uma unanimidade entre os nossos jogadores que o nosso protocolo está protegendo suas famílias. Os jogadores se sentem confiantes e protegidos pelo clube", declarou o presidente do Flamengo.
Na sequência, Casagrande afirmou que Landim deveria tomar cuidado com as 'fake news' e que já havia caído em uma delas. O comentarista questionou o papel do Flamengo como liderança no movimento para o retorno do futebol.
"Eu represento o Flamengo, mas falo em nome da grande maioria dos clubes do estado do Rio de Janeiro. E mantemos direto contato com outros clubes da Série A. E essa posição é da maioria dos clubes. O Flamengo não está sozinho. O que o flamengo faz questão de liderar é pelo exemplo, pela forma com que a gente se coloca dentro de campo, pela gestão. Eu não quero liderar nenhum movimento de volta do futebol. A gente vai seguir as orientações de todas as autoridades para fazer tudo o que está dentro da lei. Sempre tentando atender os interesses do clube e da população. O Flamengo quer liderar pelo exemplo, pela forma de gerir o futebol, pela forma com que forma os seus times, pela forma com que os rubro-negros voltaram a ter orgulho de torcer pelo time", disse Landim.
Preparação para o retorno desde o início da paralisação
O mandatário do Flamengo afirmou que o clube se prepara para o retorno do futebol desde o primeiro dia de paralisação e ressaltou a importância de um bom preparo físico dos atletas para suportar a maratona de jogos que virá com o retorno do futebol.
"Desde o primeiro momento em que o futebol parou, o Flamengo buscou se planejar para voltar. Buscamos os procedimentos que estavam sendo adotados na Europa e desenvolvemos um protocolo seguro para nossos jogadores. Os demais clubes se uniram ao Flamengo. Havia duas preocupações muito grandes: garantir que a volta fosse muito segura e que os jogadores estivessem seguros. Os jogadores estavam parados há dois meses. E são atletas de alta performance. E, por conta do acúmulo de datas que vamos ter até o fim do ano, precisamos dos nossos atletas muito bem preparados fisicamente. Queremos ter os nossos atletas em condições de jogo e evitar contusões, como tem acontecido em alguns países da Europa", declarou Rodolfo Landim.
O dirigente afirmou que o protocolo adotado pelo Flamengo tem sido enxergado na comunidade do futebol como um modelo a ser seguido. Landim declarou que a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) e a Conmebol 'abraçaram' o protocolo flamenguista.
"O protocolo aqui do Rio foi abraçado pela CBF e até pela Conmebol. É algo que a gente pode se orgulhar. Temos a certeza de que, implementando esse tipo de protocolo, estamos protegendo a família dos nossos jogadores. No período de férias, nove dos nossos jogadores foram contaminados. E desde que voltamos, nenhum jogador ou membro da comissão técnica foi contaminado. O que demonstra que o que vimos nos outros países é a forma correta de retornar o futebol: testar muito e segregar os que estão contaminados", complementou.
Copo meio cheio x copo meio vazio
Depois de momentos mais quentes nas respostas a Galvão e Casagrande e de um tempo de 'calmaria' na entrevista, o clima voltou a esquentar após Maurício Noriega questionar Landim sobre a volta do Flamengo aos treinos a despeito de uma clara orientação da prefeitura do Rio de Janeiro.
"Não era proibido treinar. Temos conforto para isso. Tínhamos 34 médicos para preparar nosso protocolo. Eles pesquisaram sobre o que estava acontecendo no mundo todo. E chegamos às conclusões de como conduzir o treino, como limpar as facilitações, a partir da orientação deles. Foi feita uma apresentação para um grupo de oito a nove pessoas que tem assessorado o prefeito. E ele disse que a apresentação era irretocável. Segundo ele, o protocolo vai além do que o necessário. Mais cuidado que o necessário. O prefeito pediu que não voltássemos por não ser o momento. Mas eu gostaria de mostrar o outro lado. Em cima de uma orientação de 34 médicos e de alguém que viu nosso protocolo e o achou irretocável, eu prefiro essa orientação do que uma orientação política para não voltar", declarou o presidente do Flamengo.
"E eu vejo isso como um bom exemplo, que nós do esporte deveríamos ter orgulho. O que o esporte está podendo mostrar para a sociedade, pode ser seguido por outros exemplos. Você (Noriega) está vendo o copo meio vazio, eu estou vendo ele meio cheio. Estamos vendo a volta como um exemplo para outros segmentos. A gente vive em uma democracia. Existe uma maneira dogmática de pensar e estamos presos a uma forma de pensar. Vamos tentar aproveitar esses bons exemplos para aplicar em outros segmentos", completou.
Retorno o quanto antes
Por fim, questionado por Caio sobre a condição de tratamento e diagnóstico diferenciada dos atletas do Flamengo em relação à população e até mesmo a jogadores de equipes menores do Rio de Janeiro, Landim afirmou que não há motivo para se envergonhar de tal situação.
"Os clubes estão preparados para retornar quando as autoridades liberarem. Se for liberado esse mês, estaremos prontos. É para isso que estamos treinando (...) A gente não pode ter vergonha de ter um protocolo melhor para os nossos jogadores, de oferecer mais segurança. Se fosse assim, eu teria que ter vergonha de pagar um convênio médico e usá-lo porque não são todas as pessoas que têm acesso. Se o Flamengo está contribuindo para a sociedade, ele não pode ser penalizado por isso. Se você conseguir criar um padrão para o futebol como um todo, o futebol deveria poder voltar sim. Ainda mais se ele garante que se uma pessoa for infectada, não vai afetar em nada os hospitais públicos. Esse é o nosso ponto de vista", complementou.
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