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Muricy chama PSG de time sem carisma e diz que Neymar errou ao deixar Barça

Muricy Ramalho falou sobre Neymar, futebol brasileiro, pandemia e sua carreira - Reprodução/SporTV
Muricy Ramalho falou sobre Neymar, futebol brasileiro, pandemia e sua carreira Imagem: Reprodução/SporTV

Colaboração para o UOL, em São Paulo

09/06/2020 13h48Atualizada em 09/06/2020 16h50

Técnico de Neymar no Santos, Muricy Ramalho opinou que o craque errou ao se transferir do Barcelona para o Paris Saint-Gemain. Convidado do Jogo Aberto de hoje, o comentarista do Grupo Globo chamou o time francês de "sem carisma" e afirmou que a volta do atacante à Espanha é o único caminho para ele conseguir título de melhor do mundo.

"Para mim, o maior erro foi trocar o Barcelona pelo PSG. Por quê? Porque ele foi para um clube onde ele é maior. Ele sentiu maior que o clube. O presidente do PSG é um torcedor do Neymar, e não pode. Ele começou a fazer coisas que ele sabe que não pode fazer, como, por exemplo, estar machucado e vir para o Brasil no Carnaval. Se ele estivesse no Barcelona, com certeza não teriam dado autorização", falou Muricy.

"A minha esperança - e acho que ainda dá tempo de ele ser o melhor do mundo - é ele voltar para o Barcelona. Se ele voltar para o Barcelona, ele tem chances de ser o melhor do mundo. O PSG é um time grande na França, mas, mundialmente, é um time que não tem carisma".

Segundo o jornal espanhol Mundo Deportivo, Neymar mantém intacta a ideia de retornar ao clube catalão num futuro próximo. Na última janela de transferências, o camisa 10 protagonizou uma tentativa frustrada de deixar o time francês.

Retorno como dirigente?

Comentarista do Grupo Globo desde 2016, Muricy não descartou retornar ao futebol, mas não como treinador. Após realizar um curso em Barcelona, o tricampeão brasileiro pelo São Paulo afirmou que, se retornar, será como dirigente.

"Ainda recebo muitos convites para ser treinador, mas já falei, pelo segundo susto que passei, que não volto mais como treinador. Agora, fui para Barcelona fazer um curso sobre coordenação técnica. Se um dia eu tiver chance de voltar para o futebol, pode ser aí. Não agora, porque tenho contrato. Estou muito feliz no que estou fazendo", falou Muricy, que também opinou sobre a eleição no Tricolor:

"Sei que agora tem uma eleição no São Paulo. Eu acho que os candidatos que estão lá, o [Julio] Cazares e o Marco [Aurélio Cinha], são boas pessoas. O que ganhar está bem feito. O São Paulo precisa modificar muita coisa, e essas pessoas são muito boas nisso. Agora, falar que eu possa trabalhar no São Paulo também não é legal, porque lá tem Lugano, tem Raí, tem muita gente boa e não seria legal da minha parte".

Já sobre o retorno do futebol em meio à pandemia de coronavírus, Muricy se mostrou preocupado com os times pequenos.

"Quem tem que resolver isso é quem conhece o problema. Tem que conversar com essas pessoas, médicos principalmente, e ver qual a melhor saída. E tem que ouvir os jogadores também. Jogar, nem pensar. O que tem em São Paulo, não dá nem para pensar em jogar. Agora, tem que ver os protocolos, e os chamados pequenos. Será que eles terão a mesma estrutura dos grandes? Então, tem várias perguntas. A verdade é que tem muitas dúvidas, e eu fico muito preocupado com os jogadores, principalmente dos pequenos", comentou.

Jogadores robotizados

Um dos treinadores mais vitoriosos e respeitados do futebol brasileiro, Muricy acredita que os jogadores "dependem muito dos técnicos". Questionado sobre a falta de personalidade dos atletas, ele afirmou que os atletas só estão preocupados com tática, ficando robotizados.

"Eu acho que eles estão dependendo muito dos técnicos. Acho que os nossos jogadores estão muito agarrados à parte tática. Eu acho que os caras estão muito robotizados, não tomam decisões. O treinador não pode falar para o cara a hora de driblar. Eles estão muito amarrados em tática. Dentro de campo, tem que tomar decisões".