Mecenas do Cruzeiro fez empréstimo e antecipou patrocínio ao Atlético-MG
Resumo da notícia
- O Atlético-MG não detalha em suas contas as questões sobre patrocínios e empréstimos
- O clube, porém, criou uma relação próxima com Pedro Lourenço, sócio do Supermercados BH e conselheiro do Cruzeiro
- O empresário emprestou cerca de R$ 20 milhões ao Galo no primeiro ano da gestão de Sérgio Sette Câmara
- Ele ainda antecipou três anos de receita do seu patrocínio ao clube - 2018, 2019 e 2020
O Atlético-MG não divulga de forma detalhada em suas contas de 2018 e 2019 as questões referentes a patrocínios e empréstimos. No entanto, criou uma relação próxima com Pedro Lourenço, sócio do Supermercados BH e conselheiro e mecenas do Cruzeiro, nos últimos anos.
O empresário emprestou, por meio de Pessoa Jurídica (PJ), cerca de R$ 20 milhões ao Galo no primeiro ano da gestão de Sérgio Sette Câmara. O valor deveria ser pago mensalmente com juros, mas o clube está inadimplente. Ele ainda antecipou três anos de receita do seu patrocínio ao clube. Foram pagos integralmente os valores referentes a 2018, 2019 e 2020 logo na primeira temporada da atual administração.
Os dois casos são confirmados à reportagem por Pedrinho, como o empresário é conhecido no meio do futebol. Ele, contudo, evita falar sobre os atrasos das parcelas.
"Tem um empréstimo, mas fica deselegante dar detalhes sobre isso. O Atlético-MG tem um empréstimo com a gente, mas eu não posso falar isso [se estão adimplentes], porque é pago por mês, tem juros. Eu também não sei como está o pagamento, mas tem o contrato de empréstimo. Que existe é fato que existe", relatou ao UOL Esporte.
O Supermercados BH aparece atualmente no uniforme do Atlético. O fato ocorre nos três anos da atual gestão. Pedro Lourenço explica como ocorreu a antecipação do dinheiro referente ao triênio.
"Com o Atlético, eu ainda não renovei para 2021 não. Eu só paguei antecipado os três anos quando o Sérgio [Sette Câmara] assumiu. Eles não me procuraram para renovar para 2021 ainda não, porque vai ter eleição, né?", explicou.
O UOL entrou em contato com Paulo Braz, diretor financeiro do clube, para falar sobre as questões. O dirigente alegou que as informações solicitadas pela reportagem "envolvem contratos que têm cláusula de sigilo" e se disse impossibilitado de comentar o caso "por questões legais".
O Galo divulgou, por meio das demonstrações de resultados de 2019, que tem um total de R$ 311,6 milhões em empréstimos ou financiamentos. Destes, R$ 158,9 milhões foram realizados por meio de pessoas físicas ou pessoas jurídicas não financeiras. O clube alega que estes valores são corrigidos conforme a taxa Selic. O restante foi contraído com instituições financeiras.
Nas demonstrações de resultados de 2018, o clube divulgou um total de R$ 253,1 milhões em empréstimos. Ao todo, a dívida com pessoas físicas e jurídicas não financeiras era de R$ 146,2 milhões. O clube já informava que o valor era corrigido pela taxa Selic.
Em nenhum dos dois balanços, o Galo explica detalhadamente o adiantamento de cotas de patrocínio com o Supermercados BH. O clube simplesmente revela qual o valor total arrecadado com os patrocinadores e o que teve a receber no exercício correspondente. Em 2018, o Atlético faturou R$ 26,6 milhões. No ano seguinte, a receita com patrocínios foi de R$ 22,2 milhões.
Houve uma mudança no documento de 2018 para 2019. Na rubrica contas a receber, o Galo detalhou quanto entraria em cada ano. Por meio de patrocínio/marketing, o clube embolsou R$ 5,3 milhões em 2018. Na temporada seguinte, o valor foi de R$ 180 mil.
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