'O que estamos vivendo é um filme', diz diretor médico da CBF
Jorge Pagura, diretor médico da Confederação Brasileira de Futebol (CBF) declarou que o Brasil tem vivido algo parecido com um filme durante a pandemia do Coronavírus. Na opinião do médico, o que é dado como certo hoje pode ser completamente irrelevante daqui a quinze ou vinte dias.
Em entrevista ao SportSCenter, da ESPN Brasil, hoje, Pagura falou sobre o protocolo desenvolvido pela CBF para o retorno do Campeonato Brasileiro, ressaltando que ele é baseado em exemplos que têm funcionado na Europa, mas com adaptações à fase da pandemia que vivemos e ao nosso calendário.
"É importante frisar que não fizemos o protocolo para dizer que queremos a volta do futebol. Como outras atividades, à medida que as autoridades flexibilizarem de acordo com seu nível epidemiológico e suas vagas de hospital, aí estaremos preparados para fazer as nossas atividades com a maior segurança possível. Então, trabalhamos muito. O que estamos vivendo é um filme. Estou falando hoje de um protocolo, mas pode ser que daqui quinze ou vinte dias tudo esteja diferente. É uma doença nova. É uma doença que muda a cada dia. Conceitos são colocados e depois de dois ou três dias deixam de significar alguma coisa. Tratamentos são evocados e descartados. De qualquer forma, trabalhamos e fizemos o protocolo. Seguramos por um tempo porque entendemos que não era o momento propício de liberá-lo. Durante esse período, discutimos com mais de cem médicos ligados ao futebol. Infectologistas também participaram. E todos sabiam das premissas básicas do protocolo, que não são muito diferentes de outros países, mas são adaptadas para nossa realidade em termos de momento de epidemia, em termos de calendário", declarou.
Protocolo em cinco fases
O médico explicou que o protocolo é composto por cinco fases, passando por testagem, treinamento individual e em grupos pequenos, treinos coletivos, jogos, até a etapa final, que é o acompanhamento.
"É um protocolo extenso, é um protocolo extremamente rígido - e não poderia ser diferente se tratando de saúde e integridade física. (...) Ele está dividido em cinco fases: a primeira é a testagem de quem vai trabalhar nos CTs; a fase preliminar com treinamentos individuais e em pequenos grupos; depois, os treinamentos coletivos; depois, as competições; e, por último, a fase de acompanhamento. Conversamos com médicos de clubes e federações para fazer esse protocolo. E o futebol brasileiro tem ótimos departamentos médicos. E, quando entregamos o protocolo que será utilizado no Campeonato Brasileiro, temos a ideia de que os clubes apliquem às suas realidades. Não é um protocolo só nosso", concluiu.
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