Por que Champions vale "cereja no bolo" entre Thiago Silva e PSG que sonham
O zagueiro Thiago Silva volta à Paris nos próximos dias para reiniciar os treinamentos com o Paris Saint-Germain e firmar uma extensão contratual por dois meses - o atual termina dia 30 de junho. Em decorrência da pandemia do coronavírus, o mecanismo de renovação disponibilizada pela FIFA para jogadores em fase final de contrato vai permitir ao brasileiro tentar realizar, talvez pela última vez, o mais sonhado desfecho com a camisa do PSG: o título da Liga dos Campeões. Isso seria a "cereja no bolo" da história vitoriosa do defensor no clube, em uma parceria que ainda persegue o ponto mais alto na relação.
A regra da Fifa ainda permite ao brasileiro uma saída de gala, uma vez que Thiago Silva já tem a sinalização do PSG de que não faz mais parte dos planos do clube a partir da próxima temporada. A contratação em 2012 foi uma das primeiras do clube na era Qatar e gerou uma rica história com a conquista de 7 títulos do Campeonato Francês, 5 da Copa da Liga da França, 4 da Copa da França e outros 7 da Supercopa da França.
O objetivo principal, no entanto, segue sendo a conquista da competição europeia para a única estrela remanescente desde o início do ousado projeto de ganhar a Europa. Quase que junto com ele, vieram apostas como Ibrahimovic, Lavezzi, Pastore, David Luiz, e até David Beckham, seguidos por outras estrelas que chegaram em anos posteriores e até agora lá estão, casos de Neymar, Di Maria, Cavani e Mbappé, entre outros.
A contratação em 2012 veio com um pagamento de 42 milhões de euros ao Milan, e a justificativa do presidente do PSG, Nasser al-Khelaïfi, de que era o investimento no "melhor zagueiro do mundo". Rapidamente, Thiago Silva transformou-se em capitão do time, tendo conquistado a idolatria da torcida. Com tanto tempo em Paris, o zagueiro adquiriu fluência no idioma francês e naturalizou a família - ele, mulher e dois filhos - no país.
"É o capitão mais coroado da história do PSG. Sem dúvida alguma, jamais será esquecido", relatou o jornal francês "Le Parisien", em uma reportagem sobre o provável fim do ciclo brasileiro no clube.
O foco na Champions
Ao finalizar a vitória por 2 a 0 diante do Borussia Dortmund, Neymar olha para a vazia arquibancada do Parque dos Príncipes: "Vamos, Thiago". O primeiro grito de celebração do herói da conquista da vaga para as quartas de final é para o amigo que ficou de fora da partida decisiva e viveu a angústia de ter ali encerrado o seu objetivo principal com o clube.
Thiago Silva sofria com uma lesão muscular na coxa e treinou na véspera da partida com o grupo após um trabalho de recuperação concluído em menos de 10 dias. O alto risco de um novo problema na região o impediu de ser relacionado para o confronto, mas não o de ir ao vestiário comandar a preleção.
As eliminações da Liga dos Campeões - fase mais distante alcançada foi as quartas de final - são traumáticas para Thiago Silva. E as últimas três delas ocorrem ainda nas oitavas de final (derrotas para Barcelona, Real Madrid e Manchester United).
Nesta temporada, o Paris Saint-Germain ainda tem pendente as finais da Copa da França (contra o Saint-Etienne) e da Copa da Liga da França (contra o Lyon). No entanto, o foco do time está na disputa da reta final da Liga dos Campeões, que provavelmente será disputada em agosto.
Os maus momentos
Em 2017, justamente no primeiro ano de Neymar no PSG, o então treinador, o espanhol, Unai Emery, sugeriu aos dirigentes do clube negociar Thiago Silva. A crítica era embasada em aspectos físicos e uma necessidade de espaço para jovens como o francês Presnel Kimpembe.
Unai acreditava que Thiago Silva sofria para jogar com as linhas avançadas e orientava o time para reduzir a pressão ao adversário com o receio de ter que correr em contra-ataque. Foi por conta disso que barrou o zagueiro das oitavas de final da Liga dos Campeões, contra o Real Madrid.
Com menos prestígio que os anos anteriores, Thiago teve temporada irregular e não ganhou uma esperada renovação contratual. O vínculo, então, passou a ser considerado curto e agora chegou próximo ao final.
O status de titular inquestionável foi recuperado na temporada seguinte por Thiago Silva com a chegada do treinador alemão, Thomas Tuchel. O nível das atuações subiu e o zagueiro foi bastante elogiado pela mídia francesa na atual temporada.
Entrave em renovação passa por Neymar e Mbappé
Thiago Silva esperava novo vínculo por, no mínimo, dois anos com o PSG. A ideia era garantir a permanência na elite do futebol europeu até o ano de Copa do Mundo. No entanto, o alto salário pesou.
Thiago Silva já passou por 3 renovações de contrato no PSG e tem um dos maiores ordenados do clube - somente atrás de Neymar, Mbappé. Neste momento, a ideia da diretoria parisiense é a de reduzir a folha salarial do time com as saídas do zagueiro e também do atacante Cavani.
O plano do PSG é o de rejuvenescer o elenco e ainda ter caixa para garantir aumento e renovação para Neymar e Mbappé. Os dois têm vínculo com o clube até 2022, e são constantemente alvo de assédio de Barcelona e Real Madrid, respectivamente. Ampliar o contrato dos atacantes, no entanto, é visto como algo complicado nos bastidores por conta da fama do clube francês de segurar os principais jogadores até o fim do contrato.
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