Elenco relata imposição do Cruzeiro ao assinar documento por corte salarial
Resumo da notícia
- O Cruzeiro fez com que os atletas assinassem autorização para reduzir 25% dos salários durante a pandemia
- Jogadores e agentes ouvidos pelo UOL relataram que não houve negociação e alegam imposição sem consulta prévia aos representantes
- Procurado pela reportagem desde a tarde da última terça-feira, o clube não se manifestou até a publicação deste texto
O Cruzeiro fez com que os atletas assinassem, na manhã da última terça-feira (9), um documento em que autorizam a redução salarial de 25% durante a pandemia do novo coronavírus. Jogadores e agentes ouvidos pelo UOL Esporte relataram que não houve negociação e alegam imposição das assinaturas sem consulta prévia aos representantes — empresários e advogados.
Pedro Moreira, supervisor de futebol, foi o encarregado de se reunir com os comandados de Enderson Moreira para solicitar a assinatura do acordo. O dirigente foi à Toca da Raposa II, se encontrou separadamente com os grupos antes dos treinamentos e teve a incumbência de explicar os cortes. A ideia era que todos assinassem os documentos para deixar o clube resguardado juridicamente.
Alguns atletas se mostraram contrários ao fato, mas, sem a possibilidade de consultar membros do estafe, preferiram assinar à documentação. Embora os jogadores tenham firmado o acordo somente na manhã de terça-feira, a redução salarial foi determinada no clube ainda no decorrer da gestão do Núcleo Dirigente Transitório, que deixou a direção em 31 de maio passado.
A diretoria já havia enviado o documento para a assinatura dos atletas concordando com o corte salarial por meio de mensagem eletrônica (e-mail). No entanto, a maioria do grupo de atletas ignorou o fato e não apresentou resposta. A situação é tratada internamente no clube.
A reportagem tentou estabelecer contato com membros da diretoria do Cruzeiro, mas o grupo não atendeu aos telefonemas. Foi pedida uma posição à assessoria de imprensa cruzeirense às 13h57 (de Brasília) de terça-feira. A reportagem voltou a solicitar na quarta (10), às 9h20, e na quinta, às 13h54 (de Brasília). No entanto, até a publicação do texto, a resposta não foi enviada à equipe.
A diretoria do Cruzeiro se posicionou na tarde de hoje (12), após a publicação do texto: "No primeiro dia de maio de 2020 o Cruzeiro Esporte Clube tornou público, em seu site oficial, que os atletas e membros da comissão técnica do elenco principal seriam submetidos a uma redução de 25% nos valores dos salários. A medida, previamente comunicada, inclusive ao respectivo sindicato, precisou ser adotada para minimizar o impacto financeiro causado pela pandemia do COVID-19".
"Além disso, o Cruzeiro procurou formalizar a anuência de cada um dos profissionais do futebol com a redução em questão, o que vem sendo feito por todos, em um sinal de que também atletas e comissão técnica estão sensíveis ao momento difícil, que há de ser superado", acrescentou.
A folha salarial do Cruzeiro está avaliada em cerca de R$ 3 milhões por mês, de acordo com membros do antigo Núcleo Diretivo Transitório. Com a redução, o valor se aproxima de R$ 2,250 milhões. O elenco tinha um teto salarial de R$ 150 mil mensais, o qual não deve ser mantido. Somente o goleiro Fábio e o atacante Marcelo Moreno recebem mais que o limite estipulado pela cúpula anterior.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.