Ex-Grêmio revela contato com Renato via 'ponte' e brincadeira após gols
Vico deixou o Grêmio sem marcar gols, mas na Ponte Preta e agora no Vitória tem balançado as redes. As conclusões certas rendem contato com Renato Gaúcho, treinador gremista e autor de brincadeiras com a fase artilheira do meia-atacante revelado em Porto Alegre. Tudo é viabilizado por uma 'ponte', um contato em comum entre os dois.
Ao UOL Esporte, Vico relembra o início no Grêmio e a boa fase no Vitória antes da pandemia do novo coronavírus. E também conta sobre a relação com o ex-chefe.
"O Renato me pegou como filho mesmo. Desde que subi, ele sempre me chamava para conversar e dar umas dicas. Ele me ajudou muito, muito mesmo, no profissional. Rolou uma amizade boa. Um dia fui ao Rio, jogamos futevôlei. Depois do jogo com Brasil [de Pelotas, pela Série B de 2019], do meu gol de cabeça, ele mandou mensagem zoando, dizendo que aprendi no futevôlei, ou vendo o DVD com os gols dele. O Renato é da resenha, um cara que contagia", conta Vinicius Duarte, que virou Vico ainda em Cascavel, no Paraná.
As palavras de Renato Portaluppi chegam até Vico graças a Pedro Oliveira, funcionário do Grêmio e responsável pela logística. "Ele não tem WhatsApp, mas é o rei do SMS", brinca Vico. "Às vezes ele manda mensagem pelo Pedrinho, às vezes me liga ou eu ligo pra ele. A gente conversa mesmo".
Pinçado pela base do Grêmio durante torneio no Paraná, Vico foi promovido aos profissionais ainda com Roger Machado. A chegada de Renato manteve o jogador no elenco, mas as chances não se multiplicaram e a saída por empréstimo acabou sendo a opção.
"Sinceramente? Eu não consegui jogar nem 10% do que eu sei no profissional. Atleta precisa de ritmo de jogo, precisa de uns jogos em série para ir bem. No profissional eu jogava um jogo, ficava uns quatro meses sem jogar. Era difícil, não tinha sequência. Mas sou muito grato por tudo que o clube fez, pelos ensinamentos do Renato. No momento ele não achou que eu podia jogar, e optei por procurar meu espaço. Eu não queria estar em um elenco bom, ganhando em dia, mas sem jogar. Quero acordar e saber que posso ajudar em campo, que o time precisa de mim. Eu não quis ficar em uma zona de conforto", comenta.
"O [treinador] Gilson Kleina tentou me levar para o Criciúma e me procurou quando chegou à Ponte Preta. Aí, eu procurei o Renato e ele pensou em me segurar, num primeiro momento, mas depois ele me liberou e disse que ia ser bom. Foi aí que eu optei sair. Eu gostei, cara. Eu amadureci como jogador, sabia que ia jogar e ganhei gás, ânimo", aponta Vico.
No final de 2019, o plano era voltar ao Grêmio. Uma ligação mudou tudo.
"Eu estava de férias, a princípio eu voltaria para o Grêmio e o Vitória procurou meu assessor. Eu joguei bem contra eles pela Ponte Preta, a gente perdeu, mas eu fui bem. Acertei a trave umas três vezes e o Vitória me procurou. Vários clubes me procuraram, mas o Vitória tinha uma estrutura e projeto melhor e optei pelo Vitória. Eu liguei para o Renato, expliquei a situação e ficou acertado que eu ia jogar pelo Vitória em 2020", relembra.
Em Salvador, são três gols em oito jogos. Com direito a bola na rede diante do Bahia, no clássico e logo após desembarcar na cidade.
"Estou muito feliz, cara. Pelo início do ano, chegando e fazendo gol em clássico onde o clube tinha jejum de vitórias. Depois ajudei o time a passar de fase na Copa do Brasil, Copa do Nordeste só com uma derrota. Eu consegui desempenhar meu futebol e fazendo gol bonito. Estou muito feliz com o time, a estrutura de treino e tudo. Quando cheguei, fiquei muito satisfeito por ver essa estrutura toda", analisa.
A aposta da bicicleta
Vico ficou mais marcado no Grêmio pela aposta envolvendo gols de bicicleta. Em tom jocoso, Renato Gaúcho desafiou os jogadores a marcarem com o golpe acrobático. Prêmio? Carro zero quilômetro. Dias depois, em atividade na Arena, Vico fez.
"Foi um dia muito engraçado, né? Foi logo depois de uma brincadeira do Renato e naquele treino eu fiz dois! O Maicon, Jael, o auxiliar mesmo, todo mundo ficou zoando o Renato. Falaram para ele me dar o carro, mas ele conseguiu escapar. Disse que era em jogo e tal, então não levei o carro", conta. "O Luciano fez em jogo e levou, né? Ô azar", brinca ao lembrar o gol de Luciano contra a Chapecoense.
O Grêmio ainda tem 60% dos direitos econômicos de Vico. Se o Vitória conseguir acesso à Série A do Campeonato Brasileiro, o contrato dele é prorrogado por mais uma temporada. E se os gols continuarem a sair, o telefone vai vibrar. Com algum recado de Renato Gaúcho.
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