Como é preservada a memória de Zito, ídolo do Santos e "inventor" de Neymar
Hoje (14) faz cinco anos que morreu um dos jogadores mais importantes da história do futebol.
Bicampeão mundial pelo Santos e pela seleção brasileira, Zito sofreu complicações de um AVC aos 82 anos. Meia década depois, seu legado permanece vivo: Neymar, o principal jogador do país na atualidade, deve o início de sua carreira ao ex-jogador. Além disso, a memória do "Gerente" é preservada em uma série de iniciativas ligadas ao clube e à família.
Faixa de capitão
Primeiro jogo do Santos após a morte de Zito, em 2015, foi repleto de homenagens, como o rosto do ex-jogador estampado na camisa e um "Z" em vez de "C" na faixa de capitão. Após esta data, o clube instituiu o "Z" na braçadeira e até hoje mantém a homenagem como uma marca. Um dos atuais capitães do Peixe, o uruguaio Carlos Sánchez, se emocionou quando soube do tributo.
"Foi uma história muito linda. Quando me contaram, me emocionei. Nunca me imaginei usando a faixa. É o primeiro clube em que coloco a faixa. Para mim foi uma emoção muito grande." No time de Jesualdo Ferreira em 2020, Sánchez divide a responsabilidade com Lucas Veríssimo, Alison, Luiz Felipe e Pará.
Estátua na Vila
Em outubro de 2017, o Santos inaugurou uma estátua de Zito na praça em frente à entrada da Vila Belmiro. O monumento reproduz uma foto icônica do ex-jogador, carrega o nome dos 20 títulos mais importantes que ele ganhou pelo clube e hoje é espaço de visitação pública. Zito é o terceiro jogador com mais partidas pelo Peixe na história, 733, atrás de Pelé e Pepe.
Ações de Neymar
Há pouco mais de um ano, Neymar lançou uma série documental para comemorar dez anos de carreira. Nos episódios, há uma série de homenagens e referências a Zito, que foi o grande responsável por levar o garoto para as categorias de base do Santos. O então dirigente convenceu a família de Neymar a deixá-lo no clube - que, por sua vez foi convencido a criar um time de futsal para alocar o menino.
"Seu Zito" também teve influência na promoção de Diego e Robinho para o time profissional do Santos sob o comando de Celso Roth, em 2002 - ainda antes da chegada de Emerson Leão, campeão brasileiro com a dupla. Mais tarde, o ex-jogador descobriu Gabigol no futsal do São Paulo e encaminhou à Vila Belmiro.
Página na web
Há no Facebook uma página chamada "Zito, o eterno gerente" administrada pela família do ex-jogador que se destina a cultivar a memória de Zito com publicação e retrospectiva de reportagens, pautas históricas, vídeos, imagens e homenagens de fãs. Atividade da página é frequente e hoje há quase 3 mil seguidores. As páginas oficiais do Santos e da CBF também prestam tributos constantes à figura do ídolo.
Homenagens
Funciona na cidade de Pindamonhangaba o "Centro Esportivo José Ely de Miranda", local onde funciona a primeira quadra pública de futebol society da cidade. Local oferece oficinas esportivas à população, com aulas de atletismo, basquete, capoeira, futsal, ginástica rítmica, handebol, tênis de mesa, judô e vôlei.
Quem foi Zito?
José Ely Miranda nasceu em Roseira, interior de São Paulo, em 8 de agosto de 1932. Ele começou no futebol no Taubaté, time da cidade a 30 km de distância de onde nasceu. Aos 19 anos, em 1952, foi contratado pelo Santos e percorreu uma trajetória de 15 anos, aposentando-se em 1967. Ele tem 22 títulos oficiais e mais alguns amistosos e foi capitão de algumas das conquistas mais importantes do clube.
Zito era conhecido pela cobrança intensa aos companheiros de time, inclusive Pelé, e também pela briga em nome dos jogadores nos bastidores, em premiações e renovações de contrato.
Ainda soma 58 gols marcados, o maior número de um volante na história do Santos.
Na seleção brasileira foram 52 jogos e três gols ao longo de 11 anos. Ele esteve em três edições da Copa do Mundo e teve participação fundamental nos títulos de 1958 (quatro jogos) e 1962 (seis jogos). No Chile, aliás, o santista fez de cabeça um dos gols da vitória por 3 a 1 sobre a Tchecoslováquia que rendeu o bi. Em 1966, aos 34 anos, ele não chegou a entrar em campo.
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