Topo

Trump não verá mais jogos da seleção após permissão para protestos no hino

Megan Rapinoe se ajoelha durante o Hino Nacional antes da partida entre os Estados Unidos e a Holanda - Kevin C. Cox/GETTY IMAGES NORTH AMERICA/AFP
Megan Rapinoe se ajoelha durante o Hino Nacional antes da partida entre os Estados Unidos e a Holanda Imagem: Kevin C. Cox/GETTY IMAGES NORTH AMERICA/AFP

Do UOL, em São Paulo

15/06/2020 15h54

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reagiu negativamente à decisão da federação de futebol do país de permitir que atletas protestem durante o hino nas partidas. No sábado (13), Trump tuitou que já não vai mais assistir tanto aos jogos.

A medida da federação que proibia jogadores e jogadoras de se ajoelharem foi implementada em 2017, após a atual melhor do mundo Megan Rapinoe utilizar o gesto para se opor à violência e racismo policial. O ato de Megan seguia os passos de Colin Kaepernick, atleta do futebol americano.

Na última quarta-feira (10), a US Soccer explicou em nota o porquê de voltar atrás:

"Não fizemos o suficiente para ouvir - especialmente nossos jogadores - para entender e reconhecer as experiências reais e significativas de negros e de outras comunidades minoritárias em nosso país. Pedimos desculpas aos nossos jogadores - especialmente nossos jogadores negros - funcionários, fãs e todos os que apoiam a erradicação do racismo. O esporte é uma plataforma poderosa para o bem, e não usamos nossa plataforma com a mesma eficácia que deveríamos ter. Podemos fazer mais sobre essas questões específicas e faremos."

A mudança já havia sido requisitada pela seleção feminina do país na terça-feira, um dia antes de a decisão ser anunciada. A equipe tem um histórico de defesa das minorias e oposição a Trump, recusando-se inclusive a visitar a Casa Branca após vencer a Copa do Mundo no ano passado.

Uma das lideranças mais fortes nesse discurso é justamente Rapinoe, que protestou em 2017 contra o racismo e em 2019 apareceu em um vídeo dizendo que não iria para a "po*** da Casa Branca", antes mesmo de ser campeã mundial.

A pauta das manifestações políticas e humanitárias em partidas de futebol voltou a ser debatida esse ano após a morte de George Floyd, homem negro assassinado pela polícia norte-americano. O caso gerou revolta ao redor do mundo e motivou atos contra o racismo tanto nas ruas quanto dentro dos campos de futebol.