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Bolsonaro diz que MP sobre direitos de TV acaba com conflitos no futebol

Presidentes de Vasco (Alexandre Campello) e Flamengo (Rodolfo Landim) com o presidente Jair Bolsonaro e um de seus filhos, o senador Flávio Bolsonaro - Reprodução/Instagram Flávio Bolsonaro
Presidentes de Vasco (Alexandre Campello) e Flamengo (Rodolfo Landim) com o presidente Jair Bolsonaro e um de seus filhos, o senador Flávio Bolsonaro Imagem: Reprodução/Instagram Flávio Bolsonaro

Do UOL, em São Paulo

18/06/2020 20h40

O presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disse hoje que a Medida Provisória 984/2020, que altera os direitos de transmissão do futebol, faz com que conflitos "deixem de existir". Bolsonaro citou conversas com dirigentes do Flamengo, que atualmente está em um impasse com a Globo pelas transmissões do Campeonato Carioca, que será retomado nesta quinta-feira (18) com duelo do time rubro-negro contra o Bangu.

O texto publicado hoje no Diário Oficial da União modifica a Lei Pelé, que antes previa que os dois clubes em campo em uma partida de futebol eram donos dos chamados direitos de arena. Agora, passam a pertencer exclusivamente ao time mandante.

"Hoje o Bangu manda na imagem do Flamengo. O Bangu diz qual televisão, outra mídia social qualquer que vai transmitir. O Flamengo não apita. Então esse direito de arena tinha conflitos entre alguns clubes e esse conflito deixa de existir", disse o presidente, em referência à possibilidade de a TV Globo transmitir o duelo, já que possui os direitos de transmissão do Bangu na competição.

Bolsonaro também mencionou a regra que diminui o tempo mínimo de contratos entre atletas e as agremiações esportivas.

"(A MP) Flexibiliza contratos com os clubes dos jogadores do futebol durante a pandemia, com o mínimo de 30 dias. Campeonato Carioca recomeça hoje com Bangu e Flamengo. Se fizesse com 90 dias, não teria como pagar. Isso vai permitir que os clubes contratem jogadores", afirmou o presidente.

Bolsonaro ainda citou outra norma implementada pela MP, que transfere diretamente para os jogadores um percentual de 5% dos valores arrecadados com direitos de arena.

"Uma TV paga 'x', 5% vai de forma igual para os atletas de futebol. No caso do Bangu, por exemplo, a gente reconhece que tem dificuldades financeiras, alguns acham que só porque joga futebol tem um salario muito bom, esse jogo com toda certeza o bangu vendendo bem a imagem, 5% vai pros atletas", disse.

Globo rejeitou transmitir Bangu x Flamengo

A Globo decidiu não exibir o jogo entre Bangu e Flamengo na noite de hoje, a partida de retorno do Campeonato Carioca após a pausa forçada pela pandemia do coronavírus. A emissora decidiu que não haverá transmissão em nenhuma mídia - TV aberta, TV paga ou mesmo streaming. Na visão do Flamengo, em nota divulgada pelo clube, a emissora carioca poderia exibir o jogo sem maiores problemas.

Segundo apurou o UOL Esporte, a decisão é resguardada em uma interpretação da emissora carioca, que entende que a MP não é válida para os contratos fechados antes da nova lei entrar em vigor. Em nota enviada mais cedo à reportagem, a Globo deixou clara sua interpretação sobre o assunto.

O fato foi discutido durante toda a tarde em reuniões internas. Profissionais da emissora ficaram de sobreaviso, enquanto o departamento jurídico dava um parecer sobre o assunto - opinião que acabou sendo negativa para a transmissão desta quinta. A MP foi comemorada por clubes, principalmente pelo Flamengo, que não tem contrato com a emissora para a exibição do Carioca 2020.

Na interpretação do clube, a MP vale para o Rubro-Negro, já que não existe vínculo. Por isso, existem planos para a exibição da partida entre Flamengo e Boavista pela Fla TV, canal oficial do clube no YouTube. Da sua parte, a Globo diz que "pode tomar medidas legais contra qualquer tentativa de violação de seus direitos adquiridos".