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Flamengo vence Bangu e vai à semi na volta do futebol com silêncio no Rio

Do UOL, no Rio de Janeiro

18/06/2020 22h54

Não foi aquele Flamengo brilhante que o torcedor se acostumou antes da paralisação do futebol, mas o suficiente para vencer com facilidade o Bangu por 3 a 0 - gols de Arrascaeta, Bruno Henrique e Pedro Rocha - e garantir vaga nas semifinais da Taça Rio no jogo "anticlímax" que marcou a volta do futebol no Rio de Janeiro em meio à pandemia do coronavírus.

Campeão da Taça Guanabara, o time de Jorge Jesus pode conquistar o Campeonato Carioca de maneira direta se vencer também a Taça Rio já que, no momento, lidera a pontuação geral.

Na última rodada da fase de grupos, o Rubro-negro - líder do grupo A com 12 pontos - enfrenta no próximo dia 24 o Boavista, vice-líder da chave com seis pontos (enfrenta a Portuguesa amanhã). Já o Bangu recebe a Cabofriense, em Moça Bonita, no dia 25.

Maracanã silencioso

As luzes apagadas até uma hora e vinte antes da partida, por economia, faziam do Maior do Mundo um lugar escuro e um ambiente muito diferente que o de costume. A ausência do público e o baixo número de jornalistas — em que pese o protocolo bem executado para o acesso da imprensa no estádio — transformaram o jogo no Maracanã em uma experiência sem muita alma.

Do lado do estádio, no Hospital de Campanha do Maracanã, o número de duas mortes foi mais baixo que o de costume, e evidentemente aconteceriam independente do retorno do futebol. Mas das músicas de boate antes do jogo à tímida comemoração de Arrascaeta, ficou claro que o clima não era dos melhores para a realização da partida.

Qualidade do Fla supera retranca banguense

Como esperado, o Flamengo ficou diante de uma grande retranca do Bangu. No início da partida, por muitas vezes a equipe da Zona Oeste chegou a ficar com os 11 jogadores atrás da linha do meio de campo.

Porém, com uma qualidade técnica muito superior, o Rubro-Negro soube ter paciência com troca de passes e também com movimentações de posicionamentos, caso de Éverton Ribeiro, que passou para a ponta direita no decorrer do jogo e encontrou o "caminho das pedras" no setor mais frágil do Bangu.

Diego Alves com uniforme limpinho

Diego Alves foi praticamente um espectador privilegiado da partida dentro de campo. O goleiro foi pouquíssimas vezes exigido e saiu de campo com o uniforme praticamente limpo.

Gabigol não marca, mas é o melhor em noite de garçom

Em um jogo de poucas chances e domínio absoluto do Flamengo na posse de bola, Gabigol foi o jogador mais perigoso da equipe de Jorge Jesus em campo. O atacante deu muito trabalho para a defesa do Bangu e, em noite de garçom, deu belos passes para os gols de Bruno Henrique e Pedro Rocha.

Everton sente falta de ritmo e faz jogo apagado

Um dos jogadores mais regulares do ótimo time do Flamengo, o meia Everton Ribeiro teve um retorno apagado aos campos na noite desta quinta-feira. Sentindo a falta de ritmo, ele participou pouco das ações ofensivas e ficou preso ao lado direito do meio de campo. O camisa 7 não foi nem sombra do que costuma apresentar em campo

Arrascaeta abre o placar

Superior em campo desde os primeiros minutos, o Flamengo abriu o placar aos 18 minutos do primeiro tempo quando Rafinha iniciou a jogada pela direita, cruzou, a defesa afastou mal e a bola sobrou para Arrascaeta, que no rebote, empurrou para o fundo da rede.

Bruno Henrique amplia de cabeça

Michael fez boa jogada pelo meio e lançou Gabigol na direita. O atacante foi até a linha de fundo e cruzou. Na entrada da pequena área, Bruno Henrique cabeceou com e estufou as redes de Matheus Inácio aos 20 minutos do segundo tempo.

Pedro Rocha faz o seu 1º pelo Fla

Para fechar o caixão, Pedro Rocha, aos 43 minutos do segundo tempo, ampliou ao receber um bolão de Gabigol. Foi o primeiro gol do jogador com a camisa rubro-negra.

Um minuto de silêncio

Antes de a bola rolar, a arbitragem decretou um minuto de silêncio tanto para as vítimas do Covid-19 quanto para o ex-jogador do Bangu e da seleção brasileira Marinho, que faleceu esta semana.

Música alta passa do tom em pré-jogo

Que a realidade do Brasil e do Rio de Janeiro são ruins durante a pandemia do coronavírus e a volta do futebol causou polêmica já se sabia, mas o pré-jogo do Maracanã, com empolgadas músicas de hip-hop e rap, em clima de boate, foi acima do tom.

O som alto incomodou os presentes, tanto que, apesar do tempo de sobra, durou apenas quatro músicas e cerca de 15 minutos. Jornalistas e torcedores (estes nas redes sociais) dos quatro grandes clubes do Rio criticaram o alto volume ao lado do Hospital de Campanha do Maracanã, inaugurado para tratar casos de coronavírus. Nesta quinta (18), duas pessoas morreram nas instalações temporárias onde antes ficava o Estádio de Atletismo Célio de Barros.

As medidas de prevenção

Gandula de Bangu x Flamengo higieniza uma das bolas utilizada na partida do Carioca - Thiago Ribeiro/AGIF - Thiago Ribeiro/AGIF
Imagem: Thiago Ribeiro/AGIF

Os bancos de reservas do Maracanã fizeram uma intercalação para que os atletas não ficassem muito próximos uns aos outros. As delegações também foram limitadas a 40 pessoas no máximo.

Em vários locais do estádio foram espalhados frascos de álcool em gel e a tribuna de imprensa também respeitou o distanciamento entre os jornalistas.

Já os gandulas receberam a orientação de higienizar as bolas (foto acima).

Cabines de desinfecção

Em suas respectivas chegadas ao Maracanã, as delegações de Flamengo e Bangu tiveram que passar por uma cabine de desinfecção. Veja:

FLAMENGO 3 X 0 BANGU
Local: Maracanã, Rio de Janeiro (RJ)
Hora: 21h (Horário de Brasília)
Árbitro: Wagner do Nascimento Magalhães
Auxiliares: Rodrigo Figueiredo Henrique Corrêa e Silbert Faria Sisquim
Cartões amarelos: Nenhum
Cartões vermelhos: Nenhum
Gols: Arrascaeta, aos 18 minutos do primeiro tempo (FLA); Bruno Henrique, aos 20 minutos do segundo tempo (FLA); Pedro Rocha, aos 43 minutos do segundo tempo (FLA)

FLAMENGO: Diego Alves; Rafinha, Rodrigo Caio, Léo Pereira e Filipe Luís; Arão (Diego), Gerson (Thiago Maia), Everton Ribeiro (Michael) e Arrascaeta (Vitinho); Bruno Henrique (Pedro Rocha) e Gabigol.
Técnico: Jorge Jesus

BANGU: Matheus Inácio; Juliano (Raul), Michel, Rodrigo Lobão e Dante (Robert); Dieyson (Lucas Sampaio), Felipe Dias, Josiel (Felipinho) e Juan Felipe; Rodrigo Yuri e Rhainer (Rocha).
Técnico: Eduardo Allax