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Montenegro questiona pressa do Fla para volta: 'quer enfraquecer os outros'

Ex-presidente do Botafogo, Carlos Augusto Montenegro - Satiro Sodré/SS Press
Ex-presidente do Botafogo, Carlos Augusto Montenegro Imagem: Satiro Sodré/SS Press

Colaboração para o UOL, em São Paulo

19/06/2020 19h17

Membro do comitê gestor do futebol do Botafogo, Carlos Augusto Montenegro questionou a pressa do Flamengo para retomada do Campeonato Carioca. Ontem, o time rubro-negro encarou o Bangu no primeiro jogo após a paralisação da competição por conta da pandemia do coronavírus e venceu por 3 a 0.

Para o dirigente do Botafogo, o clube da Gávea está tentando enfraquecer os rivais ao pressionar a Federação de Futebol do Rio de Janeiro (Ferj) pelo retorno do futebol.

"Botafogo e Fluminense querem jogar, mas querem o mínimo de tempo - uma semana, dez dias - para poder treinar. (...) Todo mundo entende o Flamengo querer ficar mais forte, se engrandecer. Mas não dá para entender o motivo de querer enfraquecer os outros. O Flamengo já está treinando há quarenta dias. A proibição de tempo para treinar para o Botafogo e o Fluminense enfraquece esses times. O Flamengo não precisa disso", disse o dirigente em entrevista ao Fox Sports, transmitida pelo Facebook, hoje.

"A gente não fez mal a ninguém, a gente só respeitou as autoridades. A gente seguiu o isolamento. Essa doença está contaminando, matando muita gente. O Rio de Janeiro está na contramão do mundo. Nenhuma federação está falando em voltar o campeonato", completou.

Montenegro destacou que, no mesmo dia da vitória do Flamengo, duas pessoas morreram no hospital de campanha construído para pacientes com covid-19 instalado nos arredores do Maracanã.

"O Flamengo comemorou a volta, ontem, com 1 milhão de casos e 50 mil mortos no Brasil. Se os portões do Maracanã estivessem abertos ontem, talvez esse mesmo número de pessoas [mortas] estaria lá dentro. Tem 1.200 pessoas morrendo por dia no país e está todo mundo ignorando isso no futebol carioca."

"Fazer três gols, e a 50 metros duas pessoas morrerem em um hospital de campanha... Cadê a plaquinha dos dois mortos? Cadê? Isso é falta de respeito", declarou.