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Liga dos Campeões 2019/2020

Bronca com diretoria e acerto com Atlético: por que Cavani largou o PSG

Edinson Cavani, de saída do PSG sem jogar a Liga dos Campeões - STEPHANE MAHE / REUTERS
Edinson Cavani, de saída do PSG sem jogar a Liga dos Campeões Imagem: STEPHANE MAHE / REUTERS

João Henrique Marques

Colaboração para o UOL, em Paris (França)

22/06/2020 04h00

Quando a diretoria do Paris Saint-Germain recusou liberar Edinson Cavani ao Atlético de Madrid em janeiro, o atacante uruguaio sofreu calado. O acerto com o clube espanhol ficou para o futuro, e agora é visto nos bastidores do PSG como causa fundamental para a recusa do jogador em voltar a atuar na Liga dos Campeões pelo time francês.

Cavani tem contrato com o PSG até 30 de junho. A discussão com a diretoria era para a ampliação até o fim de agosto para que ele justamente pudesse jogar a fase final da Liga dos Campeões. O problema para o uruguaio era a possibilidade de já encarar o futuro clube na competição — PSG e Atlético de Madrid estão classificados para as quartas de final.

Em janeiro, Cavani tinha a cabeça no Atlético de Madrid. Estava afastado no PSG. Por isso, já cuidava até da mudança para a capital espanhola. No entorno dos brasileiros do clube, Marquinhos, Thiago Silva e Neymar, a informação em comum é a de que o uruguaio ficou furioso com a recusa da diretoria do clube francês em liberá-lo seis meses antes do fim do contrato.

A desconfiança nos bastidores do PSG é de que a recusa em prolongar o contrato por dois meses seja uma resposta de Cavani à sua contenção em janeiro. O PSG comunicou que o Atlético de Madrid não atingiu exigências feitas pelo acordo. O clube parisiense queria cerca de 20 milhões de euros (pouco mais de R$ 85 milhões) para liberar o uruguaio. O cenário vivido com Neymar na negociação com o Barcelona meses antes foi o mesmo, com o PSG comunicando que os catalães não ofereceram o bastante.

Na análise da diretoria do PSG, Cavani era peça importante justamente para a fase eliminatória da Liga dos Campeões. Tanto que o uruguaio foi titular no último jogo do time, a vitória por 2 a 0 contra o Borussia Dortmund, que garantiu a vaga para as quartas de final da Liga dos Campeões.

A saída prematura de Cavani choca os fãs do PSG. O uruguaio é o maior goleador da história do clube, com 200 gols, em 301 jogos. São 21 títulos conquistados, sendo ele considerado o maior ídolo da torcida parisiense entre os jogadores do atual elenco.

Como reposição para Cavani, o PSG acertou a compra do argentino Icardi por cerca de 50 milhões de euros pago a Inter de Milão. O centroavante atuou nesta temporada por empréstimo e teve rendimento aprovado de forma unânime entre os dirigentes. Sem outro reforço planejado para o setor, o foco do clube parisiense agora é cuidar das renovações de Neymar e Mbappé - ambos têm contrato até 2022.