Conselho Fiscal indaga cúpula do Atlético-MG por terreno doado e shopping
Resumo da notícia
- O departamento financeiro do Atlético-MG prestou esclarecimentos sobre o balanço financeiro de 2019 ao Conselho Fiscal
- Paulo Brás, diretor de finanças, e Plínio Signorini, CEO do clube, representaram o presidente Sérgio Sette Câmara e se reuniram com o grupo
- Os pontos que mais geraram indagações foram a doação do terreno do estádio e a venda de um percentual do shopping center
O departamento financeiro do Atlético-MG prestou esclarecimentos sobre o balanço financeiro de 2019 ao Conselho Fiscal. Paulo Brás, diretor de finanças, e Plínio Signorini, CEO do clube, representaram o presidente Sérgio Sette Câmara e se reuniram com o grupo no decorrer desta semana a fim de apresentar as contas do ano passado. Os dois pontos que mais geraram indagações foram a doação do terreno do estádio por parte de Rubens Menin e a venda de um percentual do Shopping Diamond Mall à Multiplan.
Em 27 de dezembro de 2019, foi doado o terreno para a construção da futura arena, o qual é avaliado em R$ 49 milhões. O fato, citado nas contas do último exercício, precisou de explicação minuciosa e se refere às cotas da sociedade da Arena MRV. Outro ponto que gerou dúvida é a venda de parte do Shopping Diamond Mall, evento subsequente ocorrido em 20 de janeiro de 2020. O Galo recebeu R$ 297 milhões pela transação.
De acordo com o balanço financeiro, na rubrica Participação Societária, o Galo detém R$ 49.083.351 referente à "participação de 100% do capital social da SPE, recebida em 27 de dezembro de 2019".
A rubrica Eventos Subsequentes apresenta a venda do shopping center. O clube revela que vendeu o percentual do Diamond Mall por R$ 297 milhões. Foram embolsados R$ 6 milhões imediatamente após a assinatura do contrato, em 20 de janeiro. O restante é dividido da seguinte forma: uma parcela de R$ 23,74 milhões em 45 dias contados do fechamento da operação, três parcelas mensais no valor de R$ 11,87 milhões, duas parcelas mensais de R$ 8,9 milhões, e 30 parcelas mensais no valor de R$ 7,12 milhões. Todas as parcelas são atualizadas monetariamente pela variação do CDI. O Galo ainda recebe 7,515% do faturamento bruto mensal do shopping center, independentemente da venda parcial de sua propriedade. O clube projeta uma receita de R$ 18 milhões com esse acordo.
Esses dois pontos exigiram uma explicação mais densa por parte do departamento financeiro aos membros do Conselho Fiscal. Além das demonstrações de resultados de 2019, foram apresentados outros documentos que explicam situações ocorridas nos bastidores. O Conselho Fiscal elabora um parecer para apresentar ao Conselho Deliberativo antes da reunião para aprovação das contas. Houve três encontros do grupo com o intuito de redigir a exposição para os conselheiros.
Ainda não há previsão para que as considerações do Conselho Fiscal sejam enviadas ao Conselho Deliberativo. O mais provável é que isso aconteça no decorrer de julho.
Todos os questionamentos feitos pelo Conselho Fiscal sobre o balanço financeiro foram respondidos pelo departamento de finanças. Ainda há a possibilidade de novas perguntas a Paulo Brás e Plínio Signorini antes da apreciação completa dos documentos.
O Galo terá que publicar as contas de 2019 sem a apreciação do Conselho Deliberativo. O clube precisa divulgar as contas até 30 de junho de 2020. Porém, não há tempo hábil para a aprovação do documento por parte do grupo. A pandemia do novo coronavírus é o que impede uma reunião na sede administrativa, no bairro de Lourdes, na região centro-sul de Belo Horizonte.
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