Grêmio consultou elenco sobre corte de salários antes de parcelar em 24x
O Grêmio anunciou nesta semana acordo para parcelamento de salários do elenco principal, dentro da segunda onda do plano de contingência para lidar com a pandemia de Covid-19. O UOL Esporte apurou detalhes das tratativas entre direção e jogadores e ouviu de diferentes fontes que houve consulta sobre corte de salários. A proposta, no entanto, não chegou a ser apresentada formalmente aos atletas.
A estratégia do Grêmio é adequar a folha salarial ao fluxo de caixa atual, combalido pela quarentena e consequente suspensão dos campeonatos. Os jogadores receberão vencimentos dos meses de abril a setembro de 2020 em 24 parcelas, a serem pagas a partir de janeiro. O acordo entre Grêmio e jogadores foi anunciado na quarta-feira e soma esforços com acerto feito em março, para adiamento de direitos de imagem e pagamento de luvas.
A negociação mais recente começou em junho e teve encontro entre Romildo Bolzan Jr., presidente do Grêmio, e líderes do elenco. O dirigente fez proposta para o chamado diferimento de 30% dos vencimentos e houve aceite. Recentemente, Bolzan ofereceu novo diferimento de 12,5% e corte de outros 12,5% dos valores. Os representantes pediram tempo para responder e levaram a oferta para conhecimento do grande grupo. A maioria dos atletas disse ser contra e a resposta foi apresentada ao presidente com a ressalva de que o corte poderia ser realizado pelo clube, com embasamento jurídico, e que os atletas iriam acatar.
O entendimento dos jogadores é que eles deram o direito de a diretoria escolher o que fazer. Cortar salários, sem aceite, ou apresentar proposta. A cúpula gremista fez oferta do parcelamento e vem daí a manifestação em bloco dos jogadores nas redes sociais.
"Antes de falarem procurem saber a verdade, nos respeitem! O acordo foi elaborado pela direção e pelo presidente do Grêmio", diz a mensagem postada por todos os atletas gremistas.
A nota oficial publicada pela Grêmio enfatiza a boa relação com os jogadores e o diálogo entre o grupo e Romildo Bolzan Jr. O Grêmio optou por não dar margem para atrito e, também, por considerar ser viável economicamente adiar pagamento de 55% dos vencimentos dos jogadores.
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