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Corte salarial e dívidas preocupam rivais na briga pela presidência do SPFC

Fernando Diniz, técnico do São Paulo (e), e Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, durante treino no CT da Barra Funda - Marcello Zambrana/AGIF
Fernando Diniz, técnico do São Paulo (e), e Carlos Augusto de Barros e Silva, o Leco, durante treino no CT da Barra Funda Imagem: Marcello Zambrana/AGIF

José Eduardo Martins

Do UOL, em São Paulo

03/07/2020 04h00

Em dezembro, o São Paulo vai promover a eleição presidencial. Nos bastidores do Morumbi, a chapa de coalização, com Júlio Casares e Olten Ayres de Abreu Júnior, e os pré-candidatos (Marco Aurélio Cunha, Sylvio de Barros e Roberto Natel) podem divergir em relação a planos políticos. No entanto, as finanças do Tricolor paulista e a negociação para o corte de salário dos atletas provocam o mesmo sentimento entre os concorrentes: o de preocupação.

O time do Morumbi já vivia um momento turbulento antes mesmo pandemia do novo coronavírus. O São Paulo abriu 2020 com débito de R$ 106 milhões apenas com instituições bancárias e o déficit de 2019 foi de R$ 156 milhões. O clube também chegou a atrasar os salários em carteira dos jogadores e dois meses de direitos de imagem estavam em aberto.

Por isso mesmo, desde o ano passado já havia uma recomendação do Conselho de Administração para que a receita do departamento de futebol fosse reduzida — vale destacar que Júlio Casares e Roberto Natel fazem parte do órgão.

A ideia era que a folha salarial sofresse uma redução, e o orçamento para contratações também era mais baixo. Como consequência, o time não trouxe reforços e apostou na manutenção do elenco. Jogadores como Jucilei também rescindiram para aliviar os custos. Ainda assim, a receita era alta.

Com a paralisação das competições, as receitas diminuíram — não existia renda de partidas e os direitos de transmissão também foram cortados. O clube aplicou uma redução de 50% nos salários dos jogadores durante a pandemia — alguns reclamaram de receber apenas 20% do acordado em carteira, mas o Tricolor justificou que tal valor se referia à diferença tributária.

Na última reunião do Conselho de Administração, o departamento financeiro expôs um plano orçamentário para o restante do ano, mas os integrantes do órgão se mostraram reticentes e fizeram recomendações para que a receita fosse ainda mais reduzida. Por isso, há quem defenda que o corte salarial de 50% se mantenha até o fim da temporada — sendo assim uma preocupação de todos os postulantes à presidência como manter os atletas unidos, mesmo diante de tal situação.

A negociação entre jogadores e o clube é conduzida por Raí, executivo de futebol, e Alexandre Pássaro, gerente executivo da pasta. A ideia é que um acordo seja fechado até a segunda-feira (6), quando completa três meses de redução.

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