Antes de metas, campanha por associação já gera R$ 1 milhão por mês ao Flu
A campanha #ÉpeloFlu ainda não alcançou suas próprias metas, mas já ajuda bastante o Fluminense. Os mais de 30 mil sócios adimplentes representam pouco mais de R$ 1 milhão por mês ao clube.
A ação coletiva de 150 páginas ligadas ao clube, como torcidas organizadas, movimentos populares e influenciadores digitais tricolores, já trouxe mais de três mil novos sócios. A iniciativa não é do departamento de marketing, mas recebeu endosso dos canais oficiais nas redes sociais.
Até o fechamento desta reportagem, o Fluminense registrava cerca de 30.500 sócios adimplentes. O Tricolor, ainda com planos "antigos" de sócio-torcedor, tem um ticket médio de R$ 33. O número já foi mais alto, mas acabou tendo ligeira redução em função da associação em massa, que teve muitas novas adesões no "Guerreiro", o mais barato entre os produtos (R$ 9,90 mensais).
O valor é um pouco abaixo do projetado pelo presidente Mário Bittencourt para os novos produtos de associação: "Calculamos um ticket médio entre R$ 38 e R$ 40. Hoje temos 23 mil sócios com ticket médio mais barato. Se entrarem 50 mil a mais torcedores a R$ 40, seriam R$ 2 milhões a mais por mês. Quase R$ 25 milhões por ano", afirmou o mandatário, na coletiva de apresentação dos novos planos de sócio-torcedor.
Com o número atual de sócios projetado para um ano, o Flu teria mais de R$ 12 milhões com esta receita. O valor é mais do que o dobro registrado em 2019 -- e também maior que a soma dos últimos dois anos --, que, de acordo com os demonstrativos financeiros, disponíveis no portal da transparência do site oficial do clube, foram de apenas R$ 5,35 milhões.
As metas da torcida com a campanha, entretanto, começam com o número de novos 9 mil sócios, em alusão à camisa de Fred, em homenagem ao retorno do ídolo para as Laranjeiras. O atacante é o "garoto-propaganda" da campanha oficial de sócio-torcedor do clube.
Depois, outros "gatilhos" serão utilizados com números marcantes na história do clube, como a de 52 mil sócios (#Flu52k, em alusão ao título mundial); 70 mil e 84 mil (#Flu70k e #Flu84k, em referência aos dois primeiros títulos brasileiros); 95 mil (#Flu95k, com menção ao título carioca do gol de barriga de Renato Gaúcho); e, por fim, 100 mil (#Flu100k), a ousada meta final.
Mais que um patrocínio master
O Fluminense é o clube brasileiro com maior dificuldade para conseguir um patrocínio master. Desde 2016, com a saída da Vitton44, o Tricolor não teve empresas no local mais nobre do uniforme por muito tempo. Além dos acordos pontuais para essa propriedade do uniforme, o clube teve só uma aventura malsucedida com a desconhecida Valle Express, que virou disputa judicial.
As cifras projetadas com o programa de sócio-torcedor, entretanto, já são mais altas do que as de acordos recentemente fechados por clubes e empresas para o espaço mais nobre de suas camisas, o patrocínio master.
O Vasco, por exemplo, recebeu R$ 8 milhões por dois anos de contrato com o BMG, que estampa sua marca no peito do uniforme cruz-maltino. Este acordo, em específico, tem outra parte variável e mais algumas parcerias. O banco doou, por exemplo, R$ 800 mil para a construção do novo centro de treinamento do clube, em terreno vizinho ao do Flu na zona oeste do Rio de Janeiro.
Clube com uma das maiores torcidas do país, o Corinthians também expõe a marca do BMG em sua camisa após fechar negócio em 2019. O clube paulista contraiu um empréstimo de R$ 30 milhões, e receberá R$ 12 milhões por ano a partir de 2020.
O departamento de marketing do Vasco, entretanto, organizou uma agressiva campanha de associação. Atualmente, o Cruz-Maltino possui mais de 113 mil sócios. A meta da iniciativa do Tricolor carioca é chegar aos 100 mil, sem uma data limite. Já a diretoria trabalha com o número de 50 mil até dezembro.
Os R$ 12 milhões ainda seriam, por exemplo, maiores do que os valores oferecidos pela Caixa Econômica a Fluminense, Botafogo, Vasco, Santos e Cruzeiro até o ano passado, de acordo com o Blog do PVC.
Pandemia trava novos planos
A ideia do Fluminense era lançar um novo plano de sócio-torcedor no início de 2020. Em janeiro, Mário Bittencourt convidou a imprensa e expôs, em coletiva, as novas ideias, baseadas num programa de pontos. Os produtos eram ligeiramente mais caros, mas havia maior variedade e, também, um plano popular.
Esses planos passariam pelo crivo do Ministério Público e de outras autoridades para ser aprovado internamente e lançado oficialmente ao torcedor. Os produtos tiveram boa recepção da torcida nas redes sociais. Mas ocorreu a pandemia do novo coronavírus no meio do caminho.
A paralisação quase geral das atividades no Brasil durante os últimos meses travou a parte burocrática do negócio. Assim, mesmo precisando de novas receitas, o Flu teve dificuldades para o lançamento, que não tem data marcada. Com um ticket médio de R$ 40, o clube teria uma projeção de R$ 2,5 milhões a mais com a base atual de sócios adimplentes.
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