Diretor resume crise no Cruzeiro: "vendendo almoço pra pagar a janta"
Apesar da confiança da nova diretoria e das primeiras estratégias realizadas para aumentar suas receitas, a expectativa dentro do Cruzeiro para superar a forte crise ainda prevê muitas dificuldades. Matheus Rocha, diretor de controladoria e finanças, pediu paciência aos torcedores e principalmente aos ex-funcionários recentemente demitidos e que ainda precisam acertas as contas com o clube celeste.
"Estamos basicamente vendendo o almoço para comprar a janta", disse, em live da auditoria BDO.
"A dívida fiscal é a maior do Cruzeiro. Temos débitos na Fifa e trabalhistas, mas as dívidas fiscais e sociais reduziram. Mas, em contrapartida, as dívidas trabalhistas aumentaram porque mandamos tanta gente embora nesses últimos meses e as rescisões ainda estão sendo discutidas. As obrigações trabalhistas aumentaram e a gente quer pagar todo mundo. As pessoas só precisam entender um pouco a situação que pegamos hoje", acrescentou.
Em comparação com o ano passado, o Cruzeiro conseguiu reduzir sua folha salarial de R$15 milhões para cerca de R$2 milhões por mês. Por outro lado, jogadores com altos salários fizeram acordos para receberem suas pendências a partir do ano que vem. Recentemente, o clube também anunciou o desligamento de Robinho e Edilson, outros dois medalhões que recebiam altos salários e que darão uma folga, pelo menos momentânea, nos cofres da diretoria. Com um extenso corte de custos, o clube já conseguiu colocar os salários em dia, mas segue com dificuldades para pagar outras contas.
No momento, a principal preocupação do Cruzeiro é com as cobranças na Fifa. Para o mês de agosto, novos pagamentos deverão ser efetivados pelo clube, desta vez pela compra de Pedro Rocha e Rafael Sóbis, que, juntas, somam R$14 milhões em dívidas na entidade máxima do futebol. Se não pagar, o Cruzeiro não deverá perder pontos na Série B, como já ocorreu recentemente, mas correrá o risco de não poder registrar novos atletas.
"Temos uma pena mais branda que é o não registro de atletas, que eu acredito que alguns clubes brasileiros já tiveram. A dívida da Fifa aumentou um pouco em função da variação cambial. Estou tentando já fazer ações para segurar uma possível variação cambial, mas a dívida aumentou nesse sentido", concluiu Matheus.
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