Cruzeiro gastou R$ 574 mil com serviço de assessoria em gestão Wagner Pires
O Cruzeiro gastou R$ 574.367,00 em atividades de assessoria durante os dois anos da gestão de Wagner Pires de Sá, entre 2018 e 2019. O valor corresponde a 25% das despesas com serviços prestados por pessoa física no período, avaliado em R$ 2.426.440,00.
Dentre os beneficiados com os pagamentos durante o biênio, há dez nomes. Metade deles corresponde ao cargo de assessor da presidência — Ronaldo de Assis Carvalho (R$ 119.997), Geraldo Parreiras Miranda Filho (R$ 88.000), William Batista Peixoto (R$ 24.000), Alonso Miranda da Silva (R$ 16.000) e Vitorio Galinari (R$ 12.600). O UOL Esporte tentou contato com os membros do grupo, mas não obteve êxito. O ex-presidente Wagner Pires de Sá também atendeu à reportagem.
A ideia era explicar o que o quinteto fazia na prática ocupando o cargo de assessor da presidência. Foi enviada uma mensagem ao ex-mandatário do clube para elucidar o fato. No entanto, não houve resposta até a publicação deste texto.
Vitorio Galinari procurou o UOL após a publicação do texto e deu a sua explicação sobre o caso. Inicialmente, ele diz que sempre recebeu por meio de Pessoa Jurídica: "Eu não recebia como assessor da presidência. Todo o tempo eu recebi como superintendente administrativo do clube social. Eu tinha contrato como pessoa jurídica da minha empresa. Recebia na conta de pessoa jurídica, não como pessoa física. O Cruzeiro dividiu meu acerto em 12 vezes, ficaram faltando oito parcelas. Estou aguardando".
Na sequência, o ex-funcionário de Wagner Pires de Sá muda a versão e informa que teve um pagamento como pessoa física, em janeiro de 2018, e que não exercia o cargo de assessor da presidência.
"Não teve isso. Pode ser que, no primeiro mês, como eles pagaram RPA, em janeiro, a contabilidade pode ter colocado isso. Não foi assessoria à presidência não, foi serviço prestado na sede da Pampulha. Meu trabalho em tempo algum foi assessoria à presidência".
A reportagem informa que havia tentado contato com o ex-colaborador do clube por meio de outro número telefone. O membro do Conselho Deliberativo, contudo, alega que este é seu único contato desde 1999.
Outros nomes receberam por assessorias, mas tinham funções comprovadas nos bastidores. O clube pagou R$ 92.295 a Luiz Antônio Toledo pelo serviço de observação técnica. Valdir Barbosa Gomes recebeu R$ 90.000 pelo trabalho à frente da assessoria de comunicação. Alexandre Francisco Lemos embolsou R$ 51.475 por trabalhar com acompanhamento de projetos. Paulo Roberto Lopes Soares ficou com R$ 50.000 graças à atuação na assessoria de eventos. Por fim, Rene Gustavo Gonçalves Salviano embolsou R$ 30.000 pelo trabalho na assessoria comercial.
Os gastos do Cruzeiro com serviços prestados por pessoa física aumentaram 70% do último biênio da gestão de Gilvan de Pinho Tavares (2016 e 2017) para os dois anos da administração de Wagner Pires de Sá (2018 e 2019). O valor gasto com o primeiro mandatário foi de R$ 1,4 milhão, enquanto a despesa com o gestor seguinte foi de R$ 2,4 milhões.
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