Por que Flu chega mais forte à final, mesmo sem vencer na volta do Carioca
Um desavisado que olhasse apenas os resultados do Fluminense acreditaria que o clube passar por uma crise. São cinco jogos sem vencer, com só dois gols marcados e seis sofridos. Além disso, o elenco lida com atrasos salariais. Mesmo assim, o Tricolor está na final do Campeonato Carioca contra o Flamengo, adversário que bateu para faturar a Taça Rio. E chega mais forte do que se esperava ao segundo jogo da decisão.
A derrota no último domingo (12) foi mais doída para o Flu justamente pela oportunidade desperdiçada de vencer novamente seu arquirrival e favoritíssimo ao título estadual, o que se deve à boa atuação da equipe, que vinha instável desde o retorno do futebol.
Contrários à volta do Carioca, os tricolores se uniram justamente contra as adversidades. Opositor do Flamengo e da Ferj (Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro) nos bastidores, o Fluminense liderava a competição e tinha chances de jogar a final mesmo que não vencesse a Taça Rio.
O retorno abaixo do esperado dentro de campo fez o Tricolor perder a ponta, mas o título sobre o rival conquistado nos pênaltis após dois empates no mata-mata do returno deu sobrevida ao time de Odair Hellmann.
"A postura do Fluminense, através do presidente Mário Bittencourt, foi uma postura exemplar durante todo esse contexto, na qual nós concordamos durante todo esse tempo. E que bom que nós dentro de campo possamos estar apresentando esse futebol, com essa performance nessa reta final de campeonato, porque fizemos um muito bom Campeonato Carioca. Conseguimos já uma taça, ela já está aqui. Agora, a gente vai em busca de outra na quarta-feira [amanhã, dia 15]", opinou Odair à FluTV.
Nas quatro linhas, o Flu fez bons jogos contra o principal rival, que reina absoluto no continente após um 2019 de sonhos. Para isso, o treinador fez uma mudança que foi criticada, mas rende bons frutos: tirou Wellington Silva e escalou Dodi.
Com um trio de volantes no meio-campo, a equipe evoluiu no ataque, o que se deve também ao retorno de Evanílson, mais móvel que o experiente Fred. Ao remontar o ataque que era o segundo melhor dentre times da Série A em 2020 antes da paralisação dos campeonatos por conta da Covid-19, o técnico fez o Tricolor ser mais perigoso.
"A variação tática que buscamos e que já vínhamos utilizando desde o início do ano, mas com outras características, deu um encaixe de equilíbrio muito grande entre a fase defensiva e ofensiva. Temos outras possibilidades, outras variações, que vamos usar durante a temporada. Mas essa variação deu uma consistência", disse o técnico.
O histórico de sempre incomodar o Fla foi destacado antes da decisão da Taça Rio e parece ter colocado fogo em um elenco que se aproveita de um raro momento de instabilidade no Rubro-Negro desde a chegada de Jorge Jesus — reflexo justamente da incerteza pela permanência do português.
Na prática, o Fluminense viu que bater o Flamengo não era uma disputa de Davi e Golias, mas um clássico como sempre foi na história dos dois clubes, apesar do ótimo momento do rival.
"Temos que manter nossa compactação, de força na marcação de setor, para tentar tirar a oportunidade do Flamengo na parte ofensiva, porque ele tem uma posse contra todos os rivais. Precisaremos minimizar isso com estratégia e organização e manter nosso jogo a partir do momento que recuperarmos a posse. Jogar, sair da pressão do Flamengo para que consigamos ganhar espaço no campo, para construir as jogadas e situações de gol como foi ontem", comentou Odair.
Mesmo após a derrota, o vestiário era vibrante e confiava em uma difícil virada, que não seria surpresa em Fla-Flus, onde o favoritismo nem sempre se concretiza. Cientes de que estiveram próximos de surpreender, os tricolores sabem da vantagem do rival, mas não o veem como invencível.
"Existia um favoritismo ao Flamengo e a expectativa era de que haveria um resultado elástico. Acho que o Flamengo fez um grande jogo e o Fluminense, que é aqui que eu quero valorizar, fez um grande jogo em todos os aspectos. Infelizmente, nós não saímos com a vitória. Mas merecíamos a vitória? Merecíamos, por tudo que produzimos", declarou o treinador.
A volta de Nino, que terá sua entorse no joelho reavaliada hoje, deve ser a única novidade na equipe para o segundo jogo. Odair Hellmann, que "encaixou" o time e a estratégia para tentar bater o Flamengo, conta com o retorno de seu zagueiro titular para corrigir os principais problemas da equipe no primeiro jogo da final. Mais um ponto para que o Fluminense chegue à decisão mais forte.
Já o rival do Tricolor não terá o atacante Gabigol, suspendo, e não sabe se contará com Rafinha, que sente dores no pé. Recuperado, Bruno Henrique volta ao time de Jorge Jesus.
O Fla-Flu que decide o Campeonato Carioca de 2020 acontece amanhã, às 21h, no Maracanã. A transmissão será do SBT, que comprou o jogo do Rubro-Negro, mandante da partida. A vantagem do primeiro duelo, que venceu por 2 a 1, faz o Fla jogar pelo empate. Uma vitória tricolor por um gol leva a decisão para os pênaltis. O Flu é campeão no tempo normal se vencer por dois ou mais gols de diferença.
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