Convidado para evento do Atlético-MG, artista não queria cobrar cachê
Imagine trabalhar no setor de eventos — o mais prejudicado durante a pandemia do novo coronavírus — e, ao receber uma proposta quase irrecusável, se oferecer para prestar o serviço gratuitamente. Não é preciso fantasiar muito. O cantor Felipe Hott (27) é a ilustração perfeita da história. Convidado para participar da cerimônia de lançamento do uniforme do Atlético-MG, seu clube do coração, no próximo domingo (19), o artista não teve dúvidas, aceitaria o trabalho de forma gratuita.
"Falei que podia ser de graça. Eu amo o Atlético, eu pago a minha vida toda pelo Atlético. Eu pago sócio-torcedor, eu viajo para torcer pelo Atlético, faço isso sem o clube saber quem eu sou, imagina agora. É uma das maiores paixões da minha vida. Tudo relacionado ao Atlético, eu quero tentar estar presente. Sempre tentei como torcedor. Como artista, terei a primeira oportunidade", disse ao UOL Esporte.
"Algumas pessoas dentro do Atlético gostam muito do meu trabalho, acompanham meus shows e têm proximidade comigo. Tivemos a ideia de falar com eles que estaríamos à disposição para qualquer coisa referente ao clube, não apenas para o lançamento da blusa, qualquer coisa relacionada ao Atlético, cantar, fazer uma live... Eu estava disposto a fazer de forma totalmente gratuita para ajudar meu clube de coração. Os caras acharam a ideia interessante, entraram em contato com a gente. Fiquei maluco, fiquei louco. Aí o Vinícius [Mendes, empresário] me ligou e perguntou: 'o que você acha?'. Eu disse: 'como assim o que eu acho?'. É claro que aceitei. Estou muito ansioso, acho que só a final da Libertadores supera a emoção de fazer parte disso", acrescentou.
A ideia de Hott, contudo, não foi aceita pela diretoria, que insistiu em pagar o cachê ao artista. Apaixonado pelo clube desde a infância, o cantor não esconde a satisfação em fazer parte da história daquele que considera, ao lado dos pais, do irmão e da música, o grande amor de sua vida: "Minha família — meu pai, minha mãe e meu irmão —, o Galo e a música estão no mesmo patamar. Quando eu falo isso, a galera fala que sou louco por colocá-los no mesmo patamar dos meus pais e do meu irmão. Eu falo: 'claro que vou, porque isso nunca vai mudar na minha vida'. Sempre vou amar os três acima de qualquer coisa".
Felipe Hott é daqueles torcedores de arquibancada. O amor pelo Atlético é tanto que já fez algumas extravagâncias, como a viagem ao Rio de Janeiro para assistir à partida contra o Flamengo, pela semifinal da Copa do Brasil 2014. Acompanhado de amigos, o artista deixou Belo Horizonte ainda na madrugada e chegou à cidade litorânea no período da manhã. Tudo parece normal, já que a distância é de 441 quilômetros —- pouco mais de seis horas de viagem. Porém, a falta de ingresso e o episódio ocorrido após o revés por 2 a 0 transformaram a excursão em uma verdadeira aventura.
"Eu fui ao Maracanã de carro e não tinha ingresso, e os ingressos já tinham esgotado para a torcida do Atlético aqui. Eu cheguei ao Maracanã com meus amigos de manhã, nós entramos na fila dos flamenguistas. E a gente todo fardado de Galo. Os caras estavam zoando a gente de forma absurda. Quando chegamos à bilheteria, ainda tinha ingresso para visitante", comentou.
"Fomos para a praia depois, tomamos umas cervejas, voltamos ao estádio, o Galo perdeu por 2 a 0. Na volta, sabe o que aconteceu? Eu me perdi dos meus amigos, perdi minha carona. Fiquei sozinho no Rio de Janeiro, depois da semifinal. Eu fiquei andarilho pela cidade, achei um posto, com um tanto de carro, muita gente tomando cerveja pós-jogo. Aí vi um carro que era igual a de um cara que conheci na viagem. Fiquei lá esperando para ver se era ele mesmo. Quando ele chegou, era realmente o cara. Os meus amigos me esperaram na saída do Rio de Janeiro. Conseguimos ir lá. A gente veio direto embora depois do resultado. Ficamos muito pu... lá. Mas acabei indo ao jogo de volta", completou.
Cantor profissional desde os 15 anos, Hott faz sucesso nos palcos ao cantar ritmos como axé, pagode e sertanejo. Com passagens por bandas renomadas de Minas Gerais, apostou na carreira solo há cinco anos. Neste fim de semana, terá o desafio de unir a música ao Atlético, mas é cauteloso ao falar sobre o tema.
"O que eu posso falar é que vai ser muito legal. Vai ser uma participação minha, não é show, uma participação. Vou cantar algumas músicas só. O planejamento dos caras está incrível, tudo muito bem organizado, muito lindo. Eu vou tentar cantar algumas músicas mais ecléticas para tentar agradar toda a grade de torcedores do Atlético. Vou agradar aos pagodeiros, aos fãs de sertanejo, pop rock nacional. Vou tentar agradar a todo mundo, a galera do axé, que é quem me representa. Vamos ter uma surpresa legal que a gente vai cantar no finalzinho, vai ser bem top", concluiu.
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