Odair vê tempo como 'reforço' para ajustar Fluminense após vice no Carioca
O primeiro semestre do Fluminense se encerrou sem taças, mas o balanço, internamente, é positivo. Apesar da eliminação na Copa Sul-Americana e o vice no Campeonato Carioca, o trabalho de Odair Hellmann é bem avaliado, e o treinador, agora, terá tempo para trabalhar -- ele já reclamou várias vezes da falta de tempo para trabalhar.
Com o calendário como aliado, o técnico poderá ajustar o time que parece ter encontrado, com o mesmo esquema de três volantes que utilizou em sua passagem pelo Internacional. Os problemas ainda estão na construção ofensiva e na disposição tática da defesa.
Tanto na queda na Sul-Americana como em derrotas pela Copa do Brasil e Carioca, seus piores momentos desde que chegou ao Tricolor, Odair Hellmann citou sempre a falta de tempo para treinos. O técnico, de fato, teve poucas sessões de treinamentos com seu elenco, principalmente após o retorno do futebol, além de três Fla-Flus decisivos em sete dias.
Contrário à volta apressada do Carioca, o Flu regressou mal da parada devido ao coronavírus e acabou como vice-campeão da competição. A parte boa é que, agora com pelo menos 20 dias — a primeira rodada do Brasileirão está marcada para 8, 9 e 10 de agosto — Odair terá tempo maior que uma pré-temporada para ajustar os ponteiros;
"A partir do momento que nós voltarmos, será com essa identidade e daqui para mais, porque eu acho que nós saímos muito fortalecidos coletivamente, individualmente e é daqui para mais que nós precisamos iniciar o Brasileiro, Copa do Brasil porque eu tenho certeza que nós, aí sim, se mantivermos o padrão que nós mostramos durante o Campeonato Carioca e, principalmente, nessas finais, eu tenho certeza que faremos um ótimo ano", opinou Odair após a derrota na final.
Algumas peças, claro, podem — e devem — ser modificadas. O meio com três volantes abre espaço para a ascensão dos jovens André, Calegari e Martinelli, que se encaixam bem no esquema. Destaques do time após a mexida, Dodi e Yago serão mantidos. No meio-campo, Miguel e Michel Araújo correm por fora na briga de Nenê e Ganso para armar o time, além de Marcos Paulo, que também pode jogar por ali.
Na zaga, Matheus Ferraz e Digão seguem em disputa pela vaga ao lado de Nino, titular absoluto e já uma realidade no clube. O experiente camisa 3 voltou ao time com nítidas limitações físicas, e o antigo capitão, quando acionado, foi bem. Luccas Claro corre por fora no setor que ainda tem o jovem Luan, destaque da base e com muitas convocações para a seleção brasileira em categorias inferiores.
O ataque ainda segue uma "dor de cabeça" para Odair. Ainda que tenha "reencontrado" a boa dupla Marcos Paulo e Evanílson, o técnico ainda tem Wellington Silva, Fernando Pacheco e Fred bem cotados para a posição. Na busca incessante pelo equilíbrio, o setor é um problema.
Com o meio de campo mais encorpado, a tendência é por menos vagas na frente. E o Flu, antes segundo melhor ataque entre time da Série A em 2020, marcou apenas dois gols em seis jogos desde o retorno do futebol. Apesar dos bons momentos, o treinador sabe que precisará melhorar a produção na frente.
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