Braz diz que não tentou mudar ideia de Jesus e indica calma por substituto

Vice-presidente de Futebol do Flamengo, Marcos Braz agradeceu ao trabalho realizado pelo técnico Jorge Jesus, que deixou o Rubro-Negro hoje (17) - ele acertou o retorno ao Benfica, de Portugal. O dirigente indicou ainda que a cúpula vai agir com tranquilidade no mercado na busca por um substituto e explicou o motivo de não ter tentado fazer o comandante mudar de ideia.

Em entrevista nesta noite, após encontro em um restaurante na Barra da Tijuca, Marcos Braz assegurou que apenas hoje a cúpula do clube da Gávea soube do desejo de Jorge Jesus em romper o contrato e voltar para Portugal. O vice-presidente salientou os bons resultados conquistados pelo treinador e comissão técnica e garantiu que ele deixa o Flamengo pela porta da frente.

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"Somente no dia de hoje o Flamengo foi comunicado oficialmente do desejo de ter um encerramento contratual. Tive um almoço com o Jorge, almoço tranquilo, leve. Temos lamentos, mas deu tudo certo. Absolutamente tudo certo. O presidente [Rodolfo] Landim, desde o começo, conduziu isso com a maior correção do mundo. Sempre apoiando, dando todas as condições ao departamento de futebol para que pudesse fazer tudo que podia. Contratamos o Jorge lá atrás, sempre acreditamos. Jorge veio com toda a comissão competentíssima. Todos trabalharam muito, e fora dos seus países. Hoje, conversamos e ele está voltando para Portugal. Flamengo está aí há 125 anos. Passa o Jorge, passa essa diretoria, passam tantas pessoas que trabalharam lá, tantos ídolos... Mas isso não desmerece e nem ameniza. Estamos tristes porque não era o que a gente queria, tanto que renovamos. Todo mundo se esforçou para que, um mês atrás, pudéssemos fazer essa renovação, entendendo que o trabalho foi super bem feito. Mas, agora, houve um outro entendimento que temos de respeitar. Jorge sai pela porta da frente, de uma maneira correta, de uma maneira humana. Flamengo fica feliz com todos os serviços prestados, e é vida que segue", disse.

Marcos Braz afirmou ainda que a diretoria vai agir com calma e tranquilidade na busca por um novo técnico, ressaltando que há um período até o início do Campeonato Brasileiro, marcado para o dia 9.

"A torcida fica sempre apreensiva. Está correta em cobrar um grande técnico, que se possa ter grandes resultados. Agora, é ter tranquilidade. As competições começam dia 9. Não temos o maior tempo do mundo, mas não estamos em uma situação normal, em que estaríamos em meio às competições, jogo domingo e quarta. Talvez, isso desse estresse maior. Talvez, nem seria possível de dar essa complacência, mas não estamos nessa situação. O campeonato [Brasileiro] só começa dia 9. Com muita calma e tranquilidade. Até pela relação que temos com o Jorge, ninguém iria mexer uma peça no tabuleiro, analisar técnico, antes de um comunicado oficial do Jorge. Não quer dizer que a gente não esteja atento ao mercado. Temos bom conhecimento. Agora, com calma e tranquilidade, a partir de domingo vamos começar a ver o melhor para o Flamengo para a continuação de ano", afirmou.

Questionado se o novo treinador rubro-negro será necessariamente um estrangeiro, após o sucesso de Jesus, Braz disse que a diretoria ainda vai traçar os caminhos a serem seguidos, mas ressaltou que "não há demérito em ser técnico brasileiro".

"Hoje encerra capítulo Jorge Jesus como funcionário do clube, como técnico do clube. Claro que a história dele não vai sair nunca. Amanhã, como tranquilidade, vamos começar a analisar. Acordando no domingo é que vamos ter mais ênfase nos caminhos que vamos tomar. Não há demérito algum em ser técnico brasileiro. Nada disso. Já tivemos técnico brasileiro, técnico estrangeiro", apontou.

O dirigente revelou que não tentou fazer Jorge Jesus mudar de ideia e lembrou o esforço do clube para que a renovação fosse assinada.

"Não tentei demovê-lo da ideia pelo simples fato de que o Flamengo apresentou, há dois, três meses, um segundo projeto quanto acabou o primeiro contrato. Ficamos dois, três meses pela renovação. Renovação foi assinada. A diretoria consegue o êxito para que possamos continuar. Agora, em uma avaliação do Jorge, ele chegou e apresentou os motivos. Não é que tenha motivo que não possa externar, é que foi uma conversa pessoal".