Votação para alienar imóvel causa divergência no Conselho do Cruzeiro
O Cruzeiro se prepara para a alienação do imóvel conhecido como Campestre 2, na região da Pampulha. No entanto, o ato causa divergência nos bastidores. Paulo César Marcondes Pedrosa, presidente do Conselho Deliberativo, explica por meio de carta aos conselheiros que há necessidade de aprovação de 90% dos presentes na reunião. Dalai Rocha, ex-mandatário interino, entende de outra forma — 90% do número total de conselheiros — e vê a situação complicada nos bastidores.
Conforme documento enviado pelo atual líder do Conselho Deliberativo, "no artigo 20, VI, do Estatuto Social do Cruzeiro Esporte Clube, considera-se que o quórum de 9/10 é dos conselheiros presentes na reunião do Conselho Deliberativo". Dalai Rocha, antigo presidente do Conselho e também ex-mandatário do clube, se manifestou em rápido contato telefônico com o UOL Esporte.
"Não, absolutamente. São necessários 9/10 do total do Conselho Deliberativo do clube. Se você pensar que é dessa forma, não teríamos nem uma bicicleta em nome do clube por causa da administração passada. Não é fácil assim vender um imóvel do Cruzeiro. Não tem a menor chance disso passar", disse Dalai Rocha, que descarta qualquer possibilidade de alienação sem a aprovação de 90% de conselheiros do clube.
A reunião extraordinária para a votação da alienação do imóvel que se localiza na Pampulha está marcada para 3 de agosto. O clube ainda não determinou se a votação ocorrerá presencialmente por causa da pandemia do novo coronavírus.
Credores atentos ao valor do imóvel
O número de votantes para determinar a alienação do imóvel não é o único fator que causa discussão nos bastidores do Cruzeiro. Há o receio também da aparição de credores que queiram bloquear as contas do clube após a negociação do espaço. Dalai Rocha diz não saber o valor exato da dívida, mas não esconde que esta é uma preocupação.
"Temos algumas dívidas, e os credores ficam ávidos pela possibilidade de bloquear as contas do clube. Em nossa [curta] gestão, tivemos dificuldades quanto a isso. O fantasma das dívidas é grande", concluiu.
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