Grêmio negocia 2º jogador da base sem jogos no principal em um ano e meio
Em um ano e meio, o Grêmio negociou com clubes europeus dois jovens das categorias de base que nem sequer haviam sido promovidos ao grupo principal. Os casos de Mateus Tetê e Diego Rosa confirmam o sucesso na formação gremista, mas expõem outro lado: o preço de uma política de lapidação sem pressa que tem na ponta da cadeia um time que muda pouco.
Tetê foi negociado com o Shakhtar Donetsk por 10 milhões de euros (cerca de R$ 54 milhões, na cotação atual) em fevereiro de 2019. Agora, Diego Rosa tem tratativas bem avançadas com o Grupo City, acionista do Manchester City.
Voltado para captação, formação e promoção de jovens como nunca, o Grêmio dá preferência para uso de jogadores da base com mais experiência. O resumo é o conceito de que vale a pena esperar para ter um atleta mais preparado, mesmo que isso faça ele ter menor valor de mercado por ser mais velho quando se afirmar no elenco profissional.
O problema é que os times de base do Grêmio passaram a ser observados com mais atenção depois de nomes como Arthur ganharem o mundo. A valorização, que viria somente quando do chamado por Renato Gaúcho, tem chegado antes.
O técnico também tem influência no resultado final da história. É verdade que o treinador tem dado mais espaço para a base na atual passagem pelo Grêmio, mas é igualmente um fato que o trabalho em Porto Alegre se baseia na manutenção de uma espinha dorsal do elenco multicampeão. Ou seja, os espaços no grupo principal são poucos.
Atualmente, o Grêmio tem 24 jogadores com passagem pelas categorias de base no elenco comandado por Renato. Somente três estão no considerado time titular: Matheus Henrique, Jean Pyerre e Everton. Por outro lado, é preciso lembrar que em 2017 Arthur ganhou espaço com Portaluppi depois de dois anos no time B.
A história do agora jogador da Juventus, no entanto, não livra a atual comissão técnica do rótulo de criar um funil bem estreito entre base e time principal.
Saídas iguais, mas com enredo diferente
A saída de Tetê foi mais barulhenta. O meia-atacante reclamou publicamente da falta de oportunidades, contestou a decisão de Renato Gaúcho de não chama-lo para o grupo principal e na despedida pediu que boa parte do dinheiro do negócio fosse investida no CT da base.
Diego Rosa vai embora com outro clima. Dois anos mais jovem que Mateus Tetê, o volante não chegou a reivindicar lugar entre os profissionais. Tratou de abrir negociações para renovar, a última medida antes de ser promovido, mas quando recebeu oferta de fora do Brasil optou pela transferência.
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