Topo

São Paulo

São Paulo negocia com elenco e pode pagar salário integral só em 2021

Fernando Diniz comanda treino do São Paulo em março - Marcello Zambrana/AGIF
Fernando Diniz comanda treino do São Paulo em março Imagem: Marcello Zambrana/AGIF

José Eduardo Martins e Pedro Lopes

Do UOL, em São Paulo

19/07/2020 04h00

O São Paulo negocia com seus jogadores a retomada dos pagamentos integrais dos salários, mas ela pode acontecer só no ano que vem. O UOL Esporte apurou que foi proposto aos jogadores o depósito de 75% dos vencimentos, desde a volta das competições até o fim do ano. A partir de fevereiro de 2021, o clube passaria a pagar 100% novamente e acertaria também, de forma retroativa, os 25% pendentes ao longo desta temporada.

Os termos são discutidos entre a diretoria e os principais líderes do elenco, e há otimismo quanto à possibilidade de um acordo, embora ainda não exista uma sinalização concreta de aceitação dos jogadores. O São Paulo, por sua vez, admite antecipar os pagamentos caso a equipe conquiste a Copa do Brasil ou a Libertadores - alguns atletas, entretanto, interpretaram isso como um condicionamento dos pagamentos à performance dentro de campo e ficaram incomodados.

Há um empecilho nas conversas: no início da pandemia, o São Paulo anunciou que pagaria 50% dos salários. Representantes de diversos jogadores relatam à reportagem, entretanto, que não receberam nada na última data de pagamento e estão com salários e direitos de imagem atrasados.

Estes jogadores ouviram da diretoria são-paulina que não há alternativa a não ser deixar de lado os pagamentos que não foram feitos durante o período da pandemia e concentrar os esforços em garantir um plano de daqui para frente - em outras palavras, um perdão da dívida dos últimos meses.

Embora tenha iniciado negociações, o São Paulo decidiu reduzir os salários sem acordo formal com os atletas de forma unilateral. Depois, gerou incômodo ao depositar menos do que o anunciado. Além disso, alguns nomes importantes do elenco têm outros vencimentos, como luvas, em atraso.

Enquanto negocia com os jogadores, o clube procura formas de obter receitas alternativas. A volta das verbas de transmissão e de parte dos patrocinadores que virá com o reinício do Campeonato Paulista deve dar fôlego ao caixa, mas a situação segue preocupante.

Ao longo da pandemia, o São Paulo descumpriu acordos judiciais para pagar dívidas consideráveis - em um caso, um acordo de mais de R$ 25 milhões com a CET, foi parar na Justiça, com o clube tentando suspender as parcelas por 90 dias.

O time volta a campo na quinta-feira, quando enfrenta o Bragantino, no Morumbi, com portões fechados.

São Paulo