Topo

Sindicato alertou Santos e clubes de SP sobre possíveis ações após cortes

Everson tenta deixar o Santos por meio da Justiça do Trabalho para ficar livre no mercado da bola - Ivan Storti/Santos FC
Everson tenta deixar o Santos por meio da Justiça do Trabalho para ficar livre no mercado da bola Imagem: Ivan Storti/Santos FC

Eder Traskini, José Eduardo Martins e Thiago Fernandes

Do UOL, em Belo Horizonte, Santos e São Paulo

21/07/2020 04h00

O Santos corre risco de perder dois jogadores na Justiça do Trabalho: Everson e Eduardo Sasha. A dupla acionou o clube nos últimos dias e solicitou a rescisão unilateral alegando cortes salariais de 70% em meio à pandemia do novo coronavírus, atrasos em pagamentos de direitos de imagem e FGTS não recolhido. O clube, no entanto, já era alertado pelo Sindicato dos Atletas de São Paulo (Sapesp) sobre essa possibilidade.

Rinaldo Martorelli, presidente do Sapesp, informou ao Peixe e também aos demais times do Estado que imposições nos cortes salariais poderiam acarretar em processos trabalhistas. Ele fez o aviso a Corinthians e São Paulo também, avaliando que só o Palmeiras cumpriu a cartilha à risca.

"A gente já havia falado que os clubes corriam risco de processo. São mudanças unilaterais dos contratos de trabalho. A Medida Provisória 984/2020 tira a exigência de ter o sindicato na discussão, mas não a bilateralidade. É preciso discutir e ter um acordo com os atletas. Dentre os quatro — São Paulo, Corinthians, Palmeiras e Santos —, somente o Palmeiras tem um acordo assinado com os jogadores", disse o presidente do Sindicato dos Atletas ao UOL.

"Vinha alertando os clubes. Se houvesse negociação assinada, estaria resolvido. Nós nos colocamos à disposição para ajudar nas negociações com os atletas. Desde que impuseram isso, eu vinha alertando e me colocando à disposição para as conversas", acrescentou.

Os alertas de Rinaldo Martorelli ocorreram em reuniões com os principais clubes do Estado. Não houve um aviso individual a cada equipe. O presidente do sindicato, no entanto, não crê em debandada dos atletas no momento: "Falar em debandada é difícil, porque a gente analisa como um todo. Os jogadores podem recorrer à Justiça para deixar os clubes, mas precisa de outro time para absorvê-lo".

O Santos cortou o salário dos jogadores em 70%, contrariando o acordo verbal alinhado com os atletas, que determinava uma redução de 30% dos vencimentos. Esse, inclusive, é um dos pontos citados por Eduardo Sasha no comunicado enviado à imprensa na manhã de ontem (20).