Regulamento e Soteldo 'salvam' Santos instável dentro e fora de campo
O Santos terminou a fase de grupos do Campeonato Paulista com a nona colocação segundo a tabela geral do torneio. Porém, essa classificação geral serve apenas para definir o mando de campo nas fases seguintes e os dois times que serão rebaixados à Série A2. E essa foi a "sorte grande" tirada pelos santistas ao fim da primeira parte da competição.
Isso porque a classificação para as quartas de final é baseada na classificação do time dentro do seu grupo. O Santos liderou o Grupo A com 16 pontos e enfrentará a Ponte Preta, que ficou com 13. Com a liderança, o time de Jesualdo Ferreira terá a vantagem de jogar esta fase em casa.
Se avançar, o Santos terá que buscar o título paulista apenas como visitante, pois todos os outros times classificados, com exceção da Ponte Preta, tiveram desempenho melhor na tabela geral.
Caso fosse o representante dos "quatro grandes" em qualquer um dos outros grupos, o Santos encontraria mais dificuldades para garantir a classificação. Sem Palmeiras, o Novorizontino, que venceu o Santos na última rodada, ficaria em segundo no Grupo B, com 19 pontos, desempenho que o deixou em quinto na classificação geral.
Já o Grupo D sem Corinthians teria o Guarani avançando. O time de Campinas terminou com os mesmos 16 pontos do Santos, mas com um saldo de gols melhor. Ou seja, em ambos os grupos, o Peixe não se classificaria.
O único grupo em que o Santos conseguiria avançar seria o C, caso estivesse no lugar do São Paulo. Porém, sem a vantagem de jogar as quartas de final em casa. A liderança, nessa hipótese, seria do Mirassol, que terminou com 17 pontos, um a mais que os Alvinegro.
Não seria exagero dizer que o Santos deve sua classificação ao regulamento do Paulistão. Principalmente porque o time vive uma situação complicada dentro e fora de campo, que vem de desde antes da pausa do campeonato.
A última vitória santista no Paulista foi no começo de março (3 a 1 sobre o Mirassol). Desde então foram duas derrotas e um empate. Um fato em comum entre esses três jogos foi que em todos o Santos teve um jogador expulso, detalhe que foi lembrado por Jesualdo Ferreira nas entrevistas após a derrota de ontem (26).
Esse detalhe tem obrigado o treinador a fazer constantes mudanças na escalação, principalmente do meio para a frente. Toda a linha defensiva, formada por Pará, Lucas Veríssimo, Luan Peres e Felipe Jonatan, não sofreu mudanças nos três jogos.
O único do setor ofensivo a ser titular em todos esses três jogos foi Soteldo. O venezuelano é o principal nome deste retorno pós-parada. Ele marcou o gol de empate contra o Santo André e foi um dos mais participativos contra o Novorizontino. Acabou substituído para que Jesualdo pudesse reforçar o meio-campo num momento em que o Santos já estava com um jogador a menos e tentava manter o empate.
Além disso, ele ficou "fechado com o Santos" diante da crise fora de campo que o clube vem enfrentando desde o início da quarentena. Crise esta que resultou em mais desfalques no time.
O Santos reduziu o salário dos jogadores em 70% durante a pausa do futebol. Por conta disso, o atacante Eduardo Sasha e o goleiro Everson entraram na Justiça exigindo a rescisão do contrato com o clube. Além disso, a última semana também contou com notícias de que Marinho e Carlos Sanchez estariam sendo oferecidos para rivais.
Soteldo se manteve na contramão dos companheiros. No começo do ano recusou uma proposta de Jorge Sampaoli para ir ao Atlético-MG e renovou o seu contrato até 2023.
Com o baixinho venezuelano e com a vantagem de jogar em casa pela sorte de estar no grupo mais tranquilo do Campeonato, o Santos enfrentará a Ponte Preta na Vila Belmiro neste meio de semana. A data e o horário exato da partida serão confirmados na manhã de hoje (27), após reunião na Federação Paulista de Futebol.
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