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'Rondiquelme' esquece mágoas e revê Palmeiras e Luxa como 10 do Santo André

Rondinelly, meia do Santo André, foi comandado por Luxemburgo no Grêmio e passou pelo Palmeiras em 2013 - Rodrigo Corsi/Paulistão
Rondinelly, meia do Santo André, foi comandado por Luxemburgo no Grêmio e passou pelo Palmeiras em 2013 Imagem: Rodrigo Corsi/Paulistão

Gabriel Carneiro

Do UOL, em São Paulo

29/07/2020 04h00

Dono da quarta melhor campanha da fase classificatória do Campeonato Paulista, o Santo André enfrenta o Palmeiras hoje (29), às 21h30, no Allianz Parque, pelas quartas de final. Entre os principais nomes da equipe do ABC antes e depois dos quatro meses de paralisação está um rosto conhecido de time e treinador adversário: o meia Rondinelly.

Ele esteve em campo em nove dos 12 jogos pelo Estadual. Contra o Santos, no último dia 22, vestiu a camisa 10. É uma temporada de redenção depois de rodar pelo país sem aproveitar a grande chance da carreira: uma indicação de Vanderlei Luxemburgo ao Grêmio em 2012, quando atuava pelo Vila Nova. No ano seguinte vestiu a camisa do Palmeiras por empréstimo — fez parte do polêmico pacotão trocado por Barcos.

Depois de só três jogos pelo Palmeiras, rodou. Até parar no Santo André.

Rondinelly - Helio Suenaga/LatinContent via Getty Images - Helio Suenaga/LatinContent via Getty Images
Rondinelly em jogo do Palmeiras contra o Santos no Paulista de 2013. Foi sua estreia pela equipe
Imagem: Helio Suenaga/LatinContent via Getty Images

"Hoje, com 29 anos, estou muito mais focado e maduro. Se pudesse voltar atrás teria feito muitas coisas diferentes e gerado mais oportunidades na minha carreira. Estava disperso naquele momento, mas não me lamento, foi aprendizado. Claro que, para mim, será um jogo diferente, contra uma equipe que eu já tive o prazer de jogar, é motivo para eu entrar mais concentrado e fazer meu melhor", diz o meia ao UOL Esporte.

Já sobre Luxemburgo, que o descobriu aos 21 anos, é só gratidão: "O Vanderlei foi um treinador que me levou para o Grêmio em 2012, quando estava no Vila Nova. Havia outros clubes de Série A interessados, mas ele demonstrou desejo que eu fosse para lá. Ele é um excelente treinador, vitorioso por onde passou. Vai ser um jogo muito bom para mim e precisamos acreditar que é possível."

Sabemos da responsabilidade, fizemos uma bela campanha na primeira fase, mas contra o Palmeiras a responsabilidade é toda deles. Devemos ir lá fazer um belo jogo, dificultar ao máximo para a equipe deles, mas a responsabilidade é total do Palmeiras de passar de fase.

Rondinelly tem contrato com o Santo André só até agosto, junto com o fim do Campeonato Paulista. Ainda não sabe o que vem pela frente, mas quer mostrar que todo o potencial do início da carreira não está perdido e que o apelido 'Rondiquelme' recebido pelas supostas semelhanças com o astro argentino não é uma injustiça.

Rondinelly marca Sánchez - Ivan Storti - Ivan Storti
Rondinelly marca Sánchez, do Santos: "Os dez jogadores de linha do Santo André se doam muito na marcação. Isso não acontece em todos os times."
Imagem: Ivan Storti

"Não acho que o apelido tenha atrapalhado em nada. Acredito que o culpado de não ter levado minha carreira mais longe fui eu mesmo, assumo esse protagonismo", diz, antes de completar:

"Sei da minha qualidade, não tenho esse apelido à toa, qualquer jogador que tenha treinado comigo sabe do meu potencial, é inegável. Tenho muita confiança em mim, mas minha carreira não decolou conforme minhas expectativas. Sou um pouco dolorido com isso e tenho buscado no dia a dia, no trabalho, um algo a mais, um passo atrás para tentar me reerguer e voltar ao patamar onde acho que tenho que estar."

O jogo de hoje ajudar nesse plano.

"Nossa estratégia será a mesma. O time sabe que pode surpreender, mas devemos ser fiéis ao nosso jogo como fomos durante todo o campeonato. Então, é ter muita atenção, principalmente nas bolas paradas que são o forte do Palmeiras, e tentar fazer um belo jogo. E diante desse belo jogo, que venha um resultado positivo para a nossa equipe", completa.