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Atlético-MG vota as contas de 2019 em meio a cenário político conturbado

Labareda, clube social do Atlético-MG, receberá os conselheiros do clube para apreciação das contas de 2019 - Divulgação/Atlético-MG
Labareda, clube social do Atlético-MG, receberá os conselheiros do clube para apreciação das contas de 2019 Imagem: Divulgação/Atlético-MG

Thiago Fernandes

Do UOL, em Belo Horizonte

31/07/2020 04h00

O Atlético-MG fará a votação das contas de 2019 na noite de hoje (31). Em meio a um cenário político conturbado e também à pandemia do novo coronavírus, os membros do Conselho Deliberativo irão se reunir às 19h (de Brasília), no clube Labareda, na região da Pampulha, em Belo Horizonte.

A apreciação das finanças do Galo envolve uma disputa política acirrada entre o atual presidente, Sérgio Sette Câmara, que tem aliados como Rubens Menin e Ricardo Guimarães, e o ex-mandatário e atual prefeito da capital mineira, Alexandre Kalil (PSD-MG).

A publicação do balanço financeiro pelo blog do Rodrigo Capelo antes da entrega ao Conselho Deliberativo foi o que culminou na primeira discussão política envolvendo as finanças do ano passado. Sérgio Sette Câmara e seus pares foram atrás de quem eles julgavam ser os responsáveis pelo vazamento do documento e chegaram a se manifestar publicamente sobre o tema. À época, a cúpula alegava que só o Conselho Fiscal tinha acesso ao balanço e se incomodou com a situação.

O atrito gerado no caso anterior fez com que a avaliação do balanço analítico contábil ocorresse sem a disponibilização do documento. Os membros do Conselho Fiscal foram obrigados a ir à sede administrativa do clube e foram monitorados durante a avaliação dos números. As reuniões ocorreram em ao menos duas oportunidades.

Em meio a tudo isso, três pontos exigiram explicações mais detalhadas do departamento de finanças: a venda do Shopping Diamond Mall à Multiplan, a doação do terreno por parte de Rubens Menin para a construção da Arena MRV e o gasto que supera os R$ 10 milhões em viagens durante a última temporada — valor superior aos custos de Grêmio (R$ 7 milhões) e Cruzeiro (R$ 3 milhões).

Todos os fatos são vistos como motivações políticas nos bastidores da Cidade do Galo. Outro ponto que incomodou a atual gestão foi a convocação para a votação das contas. A data escolhida — hoje (31) — era vista como o limite por Sette Câmara e seus aliados, que incluem Rafael Menin, vice-presidente do Conselho Deliberativo.

Castellar Guimarães Filho, mandatário do Conselho, acreditava que não havia necessidade de convocação até a data de hoje por causa da extensão de prazos em meio à pandemia do novo coronavírus. A situação culminou em troca de farpas públicas.

Diante de tantos problemas nos bastidores, o Atlético fará, na noite de hoje, a votação das contas.

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