Final PSG x Lyon aguça rivalidade dos gestores Leonardo e Juninho nos times
Como dirigentes, Leonardo e Juninho têm projetos que caminham em sentidos opostos na relação com o país de origem. Um tocou fundo no forte clã brasileiro comandado por Neymar no Paris Saint-Germain. O outro aumentou ainda mais a influência do Brasil em Lyon. Com perfis de "linha dura" e sendo ídolos locais, os dois são atrações fora de campo na final da Copa da Liga da França entre PSG x Lyon, hoje (31), às 16h10 (de Brasília), no Stade de France, em Saint-Denis.
A rivalidade entre os clubes aumentou ainda mais recentemente, justamente pela troca de farpas entre os dirigentes brasileiros. Juninho Pernambucano cutucou a gestão de carreira de Neymar em entrevista à revista inglesa The Guardian dizendo que o camisa 10 foi ao PSG "só por causa de dinheiro". Pouco depois, Leonardo respondeu esbravejando: "Seria melhor falar sobre o clube deles. Não estamos falando sobre a situação do Lyon e peço para que eles não falem sobre nossos jogadores e nosso clube".
A frase de Leonardo é uma reaproximação a Neymar após relação tumultuada nesta temporada. O dirigente foi por muito tempo ignorado pelo camisa 10, que tem análise de que sofreu com um jogo de cena do cartola na negociação com o Barcelona há um ano.
Leonardo x Brasil
Leonardo irritou Neymar também pelo que fez com o clã brasileiros do PSG. A primeira decisão ao chegar ao clube no início da temporada foi a de não renovar o contrato com o lateral Daniel Alves. Por entender que o clube sofre com uma cultura de grandes gastos, Thiago Silva também foi outro contrariado e já avisado que não terá o vínculo renovado após a Liga dos Campeões.
Na visão de Leonardo, o jogador brasileiro modelo para o PSG é o zagueiro Marquinhos por conta da idade (26 anos), ótimo rendimento e identificação com o clube. Tanto que renovou seu contrato agora válido até 2024 e já o garantiu com a faixa de capitão para a próxima temporada. No projeto, reforços brasileiros não são especulados.
A gestão do Qatar no PSG era marcada por várias contratações de brasileiros. São eles Thiago Silva, Marquinhos, Thiago Motta, Maxwell, David Luiz, Lucas Moura, Neymar e Daniel Alves. No novo projeto, somente Neymar e Marquinhos estão nos planos.
Nos bastidores do PSG, Leonardo também tocou em outra ala de força brasileira no clube. O trabalho do gerente de futebol feito pelo ex-jogador Maxwell foi descartado. Visto como centralizador, Leonardo extinguiu o cargo. Já o ex-fisioterapeuta da seleção brasileira, Bruno Mazzioti, é outro que não vai seguir no clube na próxima temporada.
Juninho e o elo brasileiro
Anunciado no Lyon em junho de 2019, Juninho teve como primeiro ato a contratação de Sylvinho para ser treinador de um time pela primeira vez na carreira. O auxiliar de Tite na seleção brasileira na Copa do Mundo da Rússia teve resultados ruins no clube francês e foi demitido após 11 jogos na temporada — somou três vitórias, quatro empates e quatro derrotas. O Lyon teve seu pior início de Campeonato Francês desde a temporada 1995/96, quando fez os mesmos nove pontos em nove rodadas. O time ocupava a 14ª colocação quando Sylvinho foi demitido.
O moral interno de Juninho foi recuperado meses depois com a contratação do brasileiro Bruno Guimarães. Ele contornou a preferência do meio-campo de acerto com Atlético de Madri ou Benfica com discurso de plano de carreira e várias oportunidades como titular. Bruno chegou ao clube no início do ano e é visto como o melhor reforço da temporada.
Com Juninho também foram contratados nesta temporada os volantes brasileiros Thiago Mendes e Jean Lucas. Recentemente, outro volante, Camilo, vindo da Ponte Preta, assinou contrato para atuar no Lyon B, graças ao intermédio do cartola compatriota.
No elenco profissional do Lyon, o time de brasileiros ainda conta com o lateral direito Rafael, e os zagueiros Marcelo e Fernando Marçal. No total, são sete jogadores do Brasil no clube.
Idolatria por motivos diferentes
No Lyon, Juninho tem o rosto estampado no maior bandeirão da torcida em jogos em casa. É considerado pela grande maioria dos fãs como o jogador mais importante da história do clube por conta do histórico heptacampeonato francês conquistado entre 2002 e 2008.
Em visita recente às lojas do clube em Lyon, o UOL Esporte ouviu dos funcionários que a grande maioria dos produtos comercializados ainda levam o nome de Juninho. Seja a camisa 8 utilizada no heptacampeonato ou nos outros produtos, como chaveiro, cadernos e cachecol.
Já Leonardo é figura de grande aceitação entre os fãs do PSG por conta do trabalho de bastidores. Ele foi o primeiro dirigente da era Qatar no clube e teve atuação capital para a contratação de vários reforços de peso, como Verratti, Maxwell, Ibrahimovic, Thiago Silva, Thiago Motta, Pastore, Marquinhos e Cavani.
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