Renato cita calendário e protocolos diferentes: "Vai ter muito problema"
Renato Gaúcho prevê muitos problemas no decorrer do Campeonato Brasileiro, em virtude da pandemia da Covid-19. Hoje, depois da vitória do Grêmio diante do Fluminense, o treinador citou o calendário apertado — com jogos a cada três dias e exames realizados no Rio de Janeiro, e diferentes protocolos para afirmar que a CBF precisa se posicionar e se prevenir. A resposta foi dada quando o técnico falou sobre o adiamento do jogo entre Goiás e São Paulo.
O Grêmio venceu o Flu por 1 a 0, gol de Diego Souza no final do primeiro tempo. Horas antes, a partida em Goiânia foi adiada pelos nove casos positivos de novo coronavírus no Goiás.
"A gente está passando uma dificuldade muito grande, o mundo todo, né? Infelizmente apareceu esse problema aí no jogo do Goiás com o São Paulo. A gente torce que não aconteça mais, mas deve acontecer. A cada jogo, treinador e jogadores precisam fazer o exame e esse exame é muito chato. Muito chato mesmo. E a cada três dias esses exames… A CBF quer todos os exames no Rio. De repente não vai dar tempo e se tiver uma zebra, difícil saber se vai ter o jogo. Esse problema não é meu, é da CBF. Novos problemas nós vamos ter, desse tipo e de outros tipos. Não é fácil ter jogos, viagens e exames a cada três dias. Às vezes o resultado do exame demora, tem contraprova. Jogar só no final de semana seria melhor. A cada três dias vamos ter problemas. Não adianta sair atirando, criticando. Estamos vivendo um novo momento e vamos ter problemas, não serão poucos. Serão muitos", disse Renato.
Questionado pelo UOL Esporte a respeito do fato de o protocolo não exigir testagem em todos os envolvidos nas partidas, obrigando exame apenas em jogadores e treinadores, Renato Portaluppi pediu que o procedimento seja revisado. E ainda lembrou diferentes parâmetros nos campeonatos estaduais.
"É um assunto delicado, né? Quem tem de se preocupar com isso é a diretoria do clube, departamento médico e CBF. Todo cuidado é pouco. Tenho visto durante os estaduais, por exemplo… Veja bem, não sou a favor ou contra. Todo cuidado é bem-vindo. Mas aqui, no Gauchão, o treinador é obrigado a usar a máscara e pode tirar para dar instrução. Aí vejo no Rio e São Paulo o treinador não é obrigado a usar a máscara e pode levar 12 jogadores para o banco. Aí é questão de quem está definindo. A Covid do Rio Grande do Sul não é diferente da Covid do Rio e São Paulo. Tem que ver se quem determinar as regras entende do assunto, do futebol. Tem que ser igual para todo mundo… todo cuidado é pouco. Nessa pandemia, com Campeonato Brasileiro e Copa do Brasil, não pode virar bola de neve. A CBF precisa se manifestar. Tem que obrigar todo mundo a fazer exame, sim. É segurança para eles e para nós. Não pode acontecer como aconteceu hoje, deu teste positivo nos jogadores do Goiás. Aí o jogo é suspenso e tem um time em campo esperando o jogo. Tem que ter a compreensão, mas o pessoal da CBF precisa se mexer. Esses problemas e outros vão acontecer e não pode haver decisão em cima da hora. Esse tipo de problema é normal nesse mundo que a gente vive hoje. Os jogadores estão se abraçando a toda hora, suando. Aí já viu, né? Que a CBF obrigue todo mundo a fazer testes. Já que está tendo o campeonato, que é muito bom disputar o Campeonato Brasileiro, todo cuidado é pouco", declarou o treinador do Grêmio.
O Grêmio volta a campo contra o Ceará, fora de casa, na quarta-feira.
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