Diretoria do Vasco escolhe "CT do Almirante" e divide opiniões da torcida
A diretoria do Vasco batizou o novo centro de treinamento, inaugurado no último sábado, de CT do Almirante, nome que já vinha utilizando no local que era alugado para que o elenco profissional realizasse os trabalhos. A escolha, porém, dividiu a torcida cruz-maltina.
Muitos vascaínos criticaram a cúpula por não aderir à recente campanha para que fosse adotado "CT Moacyr Barbosa", em homenagem ao ex-goleiro do Vasco e da seleção brasileira. Alguns lembraram que o CT foi construído através de quantias conquistadas graças a doações de torcedores e que, no momento de dar nome ao local, foi uma decisão unilateral.
Por outro lado, houve vascaíno que concordou com a opção de CT do Almirante, indicando se tratar de uma homenagem ao clube em geral, e indicando que ídolos do Cruz-Maltino poderão ser lembrados com nomes em setores do próprio centro de treinamento, além de outros tipos de tributos.
Através de uma publicação em rede social, Carlos Leão, vice-presidente de Finanças do Vasco e "Project Management Office" do novo CT, explicou o porquê de a diretoria ter escolhido CT do Almirante.
"A Diretoria optou por não dar o nome de uma personalidade vascaína nesse momento, até porque temos uma infinidade de vascaínos que poderiam batizar o Nosso CT (Barbosa, Bellini, Ademir Menezes, Danilo Alvim, Dinamite, Juninho, Felipe...). Preferimos não personificar e manter o nome CT do Almirante. O nosso estádio foi construído com o mesmo modelo de financiamento do CT e se chama Estádio Vasco da Gama, popularmente conhecido como São Januário e não foi batizado de outra forma. Uma pequena narrativa pertinente a esse debate: num determinado momento da história houve um movimento para mudar o nome do nosso estádio para Raul Campos, presidente do Clube na época da inauguração, mas os vascaínos decidiram manter Estádio Vasco da Gama. Essa discussão, quando não tem viés político, como alguns agentes insistem em colocar, é saudável e legítima", disse.
"Só tenho a lamentar que nesse momento maravilhoso e tão importante da história do nosso Clube a discussão seja sobre algo menor, considerando que o nome escolhido nunca gerou discordâncias; é impactante e de significado inquestionável para a história do nosso Clube. O objetivo de todos os vascaínos, no momento, deve ser a inauguração do Nosso CT. Vamos em frente juntos, sempre!", completou.
Barbosa, que ficou marcado pela final da Copa do Mundo de 1950, teve duas passagens pelo clube de São Januário, de 1945 a 1955 e, posteriormente, de 1958 a 1962. Na Colina, foi um dos heróis da conquista do Sul-Americano de 1948, o primeiro título internacional de um clube brasileiro. Ainda conquistou o Rio-São Paulo de 1958 e os Cariocas de 1945, 1947, 1949, 1950, 1952 e 1958.
Na final da Copa do Mundo de 1950, no Maracanã, o Brasil perdeu para o Uruguai de virada, por 2 a 1, e muitos consideraram que Barbosa falhou no gol de Ghiggia, o segundo da seleção celeste. Desde então, sempre foi apontado de forma negativa.
Certa vez, o cronista Armando Nogueira chegou a dizer que aquele gol foi uma maldição ao goleiro. O próprio nunca escondeu a mágoa.
"No Brasil, a pena máxima [de prisão] é de 30 anos, mas pago há 40 por um crime que não cometi", costumava dizer.
Barbosa, que chegou a ser funcionário do Maracanã e, na ocasião das trocas das traves de madeira por outras mais modernas, ganhou uma das balizas. Ele a queimou e fez um churrasco.
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