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Autuori indica Botafogo confiante para 'trajetória difícil' no Brasileiro

Técnico Paulo Autuori conversa com elenco do Botafogo - Vitor Silva/Botafogo
Técnico Paulo Autuori conversa com elenco do Botafogo Imagem: Vitor Silva/Botafogo

Do UOL, no Rio de Janeiro (RJ)

11/08/2020 11h45

O Botafogo estreia no Campeonato Brasileiro amanhã (12), contra o Red Bull Bragantino, no Estádio Nabi Abi Chedid. O técnico Paulo Autuori admite que será o começo de uma trajetória longa e difícil, mas indica, com os pés no chão, estar confiante.

O treinador alvinegro ressaltou ainda que o Glorioso será um time que vai procurar implementar um estilo de jogo, independentemente do adversário que vai enfrentar.

Vale lembrar que a equipe de General Severiano só vai atuar pela primeira vez na competição nacional nesta quarta-feira porque a partida contra o Bahia, marcada inicialmente para o último domingo, foi alterada devido à decisão do Campeonato Baiano.

"Juntos, vamos começar essa trajetória que será longa, árdua, difícil. Por natureza, o calendário brasileiro é complicado. Em um ano atípico como este, as dificuldades serão acrescidas. Já iniciamos com essas dificuldades latentes, tendo alguns problemas em alguns clubes, mas estamos confiantes, sendo muito pragmáticos naquilo que é nossa realidade. Ter os pés no chão, não entrar na euforia ou desespero desnecessariamente. Nos preparamos dentro das limitações decorrentes do problema da pandemia, da melhor maneira possível. Mais que uma equipe, queremos construir um grupo, o que é diferente. Esse sempre foi um ponto em comum nas equipes que foram vitoriosas, esse é o nosso objetivo", disse, à Botafogo TV.

"Comportamento do Botafogo é aquilo que falei com os jogadores hoje mesmo, no papo que tivemos. Temos de ser leais e fiéis àquilo que queremos fazer, e que jogo queremos jogar. Não dá porque vai jogar contra o time A, renunciar aquilo que queremos porque o time A é, teoricamente, mais forte. Tem de temer nada. Coragem acima de tudo e tentar fazer aquilo que estamos fazendo nos treinos. Se ficarmos preocupados com o adversário, certamente vamos deixar de fazer aquilo que será importante para sair com a vitória", completou.

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Como o Botafogo chega para o campeonato?

"Não falo em números em futebol, são frios demais. As pessoas gostam de falar de percentuais, eu não falo. Até porque entra um fator determinante, que é o emocional. Quando não controla o emocional, ele pode bloquear, te condicionar muito. Você pode estar preparado para fazer coisas interessantes e deixa de fazer. Por isso, a gente trabalha muito com toda a comissão técnica, porque não adianta estar bem física, técnica e taticamente se em termos mentais não estiver forte. O que precisamos é de jogadores fortes mentalmente, para competir. Não vamos entrar em cada jogo para jogar bola, vamos entrar para jogar futebol de alta competição. Em função disso, temos de estar atento aos detalhes. Jogadores com prometimento grande naquilo que traçamos como estratégia. E, para isso, eles têm de acreditar. Um grande trabalho de um treinador é fazer um grupo de jogadores acreditar naquilo que ele pretende. E, para mim, é muito fácil isso porque sempre chamo a todos para construir. A partir do momento que se constrói as coisas juntos, todos entram engajados em um objetivo em comum".

Nível de satisfação com os reforços:

"Minha satisfação vai ser em cima dos jogos que fizermos e vitórias que conseguirmos. Não vivo de esperança, vivo de realidade. Temos de ser competentes e capazes no nosso trabalho porque não vou jogar conversa fora, não vou vender ilusões. Para mim, como falei, vai ser longo árduo, e difícil. Por isso, a coesão é fundamental, dentro e fora de campo, especialmente com nossos torcedores em relação à comunicação, porque vai ser um ano tão atípico que não vai ter um dos protagonistas. Os jogadores vão estar, mas os torcedores não estarão. Então, é importante poder estar sempre disponível para nos comunicarmos, sermos transparentes, falarmos a realidade, e não criar ilusões que certamente não poderão ser concretizadas".

Campeonato com jogos sem torcida

"As torcidas, para o ambiente que criam, constroem um diferencial competitivo. A favor ou contra o próprio time. Já vimos torcidas jogar contra a equipe. Perde a paciência, quer julgar jogadores em pouco tempo, isso é normal. É aquilo que falo, temos de estar fortes. Se errarmos e algum for vaiado, equipe e grupo tem de apoiá-lo. Todo grupo tem afinidade, subgrupos têm afinidades, e se isso acontece, os outros sentem também. E aí entra o emocional"

Acha que deve ser um campeonato mais nivelado por não ter torcida?

"O que temos de pensar... Eu não cravo nada. Trabalho no futebol há 45 anos. Tem os analistas que criam os cenários. a gente cria internamente, mas cravar no futebol? A vida profissional me ensinou a não fazer isso. Não sei como vai ser, assim como não sei qual a realidade desse vírus. O mundo todo não sabe. Segundo onda já está aparecendo, inclusive em países de primeiro mundo que tinham conseguido controlar. Prefiro trabalhar junto com o grupo, com humildade"

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