Como Santos qualificou criação e melhorou defesa na estreia de Cuca
O empate por 1 a 1 contra o Red Bull Bragantino foi apenas a reestreia do técnico Cuca no comando do Santos, mas melhoras sutis já puderam ser notadas, tanto no aspecto ofensivo quanto no defensivo. Apesar de a vitória não ter acontecido, o Peixe criou oportunidades suficientes para vencer a partida e só foi sofrer o gol da igualdade no fim do duelo.
Uma das mais notáveis diferenças entre as equipes foi o foco em viradas de jogo buscando, principalmente, o ponta esquerda Soteldo. O venezuelano, porém, não esteve em seus melhores dias e somou 19 perdas de posse, além de ter desperdiçado um gol sem goleiro.
Os dados são do site especializado em estatística "Wyscout", que ainda revelam que o Peixe teve seu segundo maior índice de tentativas de gols em 2020. A estatística mede não apenas a quantidade de oportunidades de balançar as redes, mas, principalmente, a qualidade delas. Quanto maior o número, mais chances reais de gol a equipe criou.
Contra o Bragantino, o número de gols esperados foi de 1,56, atrás apenas dos 2,02 do duelo contra o Mirassol — tido como o melhor jogo do Peixe de Jesualdo Ferreira no ano. O índice foi alcançado com menos da metade das finalizações: foram nove chutes contra Red Bull e 23 contra o Mirassol. A média de gols esperados no ano é de 0,9.
Outra melhora sutil foi notada no sistema defensivo. Mesmo diante de um adversário mais forte, que chutou mais vezes ao gol (16 contra 12 de média no Estadual), a defesa santista teve maior porcentagem de duelos defensivos ganhos.
Foram 82 duelos defensivos, maior marca do ano, sendo 60% deles ganhos pelos santistas. A média no Paulistão foi de 56 duelos e 54% ganhos. O time de Cuca também melhorou em relação à média no Paulistão em interceptações, 41 contra 37, e cortes, 19 contra 16.
Ainda que a amostragem seja pequena, apenas um jogo, Cuca teve somente dois dias de trabalho antes da reestreia no Santos. O próximo desafio será contra o Internacional, na quinta-feira (13), às 19h30, no Beira-Rio, em Porto Alegre.
Melhora defensiva vem com pressão menor
Acostumado a ver o time comandado por Jorge Sampaoli marcando em cima sem dar tempo ou espaço para o adversário pensar em 2019, o torcedor do Santos criticou bastante o português Jesualdo Ferreira por não repetir o que vinha fazendo o argentino no comando técnico.
Com Cuca, no entanto, o Peixe pressionou pouco o adversário, enquanto o Red Bull Bragantino trabalhou a bola em seu campo de ataque. O Santos ainda exerceu certa pressão na saída de bola durante dados momentos do jogo, mas, para além do primeiro terço do campo do Bragantino, permitiu a troca de passes buscando a criação de jogadas.
Segundo o "Wyscout", o Santos obteve no jogo o maior número de passes permitidos por jogada do adversário do ano (índice conhecido como PPDA). Foram 20,8 passes trocados pelo Red Bull Bragantino dentro dos últimos dois terços do campo antes de uma ação defensiva do Peixe que retomasse a bola. O maior número até então havia sido diante do São Paulo, quando o Alvinegro permitiu 20,37 passes de média.
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