Como campanha contra Covid-19 juntou Neymar, R10 e ex-capitães da seleção
Bellini, Mauro, Carlos Alberto, Dunga e Cafu, de algum modo, estão juntos. Os ex-capitães da seleção brasileira, os três primeiros por meio de representantes, aderiram a uma campanha brasileira contra o coronavírus. Outros ídolos do futebol, como Neymar e Ronaldinho Gaúcho, também viraram apoiadores.
Intitulada de "Olé no corona", a campanha transforma doações em um leilão de itens históricos concedidos por personalidades do mundo do esporte, sobretudo do futebol. A quantia é revertida para cinco instituições brasileiras, a fim de minimizar os efeitos da pandemia da Covid-19.
O idealizador da campanha é o jornalista Ricardo Setyon, que também coordena toda a articulação com os ídolos brasileiros. Ele conta com a ajuda do Instituto Brilhante, que monitora o gerenciamento e a logística da distribuição dos valores arrecadados.
"Não é apenas uma campanha de doação, uma campanha beneficente, é responsabilidade social, estamos oferecendo essa possibilidade. As pessoas podem adotar essa campanha. É uma plataforma de responsabilidade social, por meio do futebol. É sustentável. Hoje, é 'Olé no Corona', amanhã, pode ser 'Olé na Fome'. É uma campanha perene", disse Setyon em entrevista ao UOL Esporte.
O jornalista, que trabalhou na Fifa como coordenação de comunicação em quatro Copa do Mundo, entre 1998 e 2010, decidiu abrir a campanha ainda em março, quando a pandemia no Brasil começou a ganhar força. De imediato, buscou a ajuda de Cafu. O capitão do penta logo topou ser patrono da campanha.
Setyon, então, abriu uma vaquinha virtual, mas logo pensou em um projeto maior, que contaria com a ajuda de outros ídolos. Depois de definir que o leilão de peças histórias seria o carro-chefe da campanha, ele buscou "juntar" os capitães campeões mundiais pela seleção.
Para isso, contou com o auxílio de Marcelo Neves, filho de Gylmar, goleiro bicampeão mundial com o Brasil em 1958 e 1962. Presidente da associação dos jogadores campeões do mundo pela seleção, ele passou o contato da filha de Mauro e da esposa de Bellini. Ambas doaram um item recebido pelos ex-jogadores na década de 1980.
Já Alexandre Torres, filho de Carlos Alberto, doou uma camisa usada pelo pai na década de 1970. Como a campanha já contava com o apoio de Cafu, Dunga completou o apoio e fechou o "time".
A ideia agora é juntar um dos ataques mais poderosos da história do futebol brasileiro, o do Santos da década de 1960. Da linha ofensiva, falta apenas um item de Coutinho, já que Pelé, Mengálvio, Pepe e Dorval já fizeram doação [veja as peças].
A ideia é conseguir ainda outros ex-capitães da seleção brasileira. Zico e Falcão já fazem parte da campanha. Setyon agora busca nomes como Leão, Branco, Marinho Peres, Rivellino e Edinho.
Ronaldinho e Neymar aderiram
Nos últimos dias, Ronaldinho Gaúcho gravou um vídeo para a campanha e garantiu que irá apoiá-la de alguma forma. É a primeira aparição voluntária do ex-jogador depois da prisão no Paraguai.
Para chegar até o ex-meio-campista, que segue em prisão domiciliar no país, Setyon buscou contatos em Assunção, já que os celulares de Ronaldinho e Assis, com números do Brasil, estão retidos.
Já Neymar aderiu à campanha por meio do seu pai, que fez uma ligação nesta semana para confirmar a doação de alguns itens usados pelo jogador do Paris Saint-Germain.
Segundo Setyon, a campanha já conta com 215 peças. Elas, inicialmente, serão leiloadas até fevereiro. Até agora, Pepe é o maior doador, com 11 peças. Cafu é o segundo, com seis. Zico e Falcão somam quatro.
A campanha ainda conta com o apoio dos jornalistas Milton Neves e Mauro Beting, além de Rogério Ceni, Arnaldo Cezar Coelho e Figueroa, ex-zagueiro de Inter. Nomes no futebol feminino, como Formiga e Sissi, também fazem parte do projeto.
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