"Pas de Bastos": 10 mandamentos explicam 'ressurreição' do meia no Vasco
Quem é vascaíno já falou ou ao menos já ouviu falar no meme propositalmente com erro ortográfico chamado de "Pas de Bastos" (clique aqui e entenda). Porém, para encontrar sua paz de verdade e ressurgir das cinzas no Vasco, o volante - que fez dois gols ontem (13) na vitória sobre o Sport por 2 a 0 - enfrentou muitas situações e, principalmente, teve que se reinventar.
Contratação criticada ano passado, o jogador de 30 anos iniciou 2020 afastado e só resolveu sua renovação em fevereiro, após aceitar uma considerável redução salarial.
Focado, encarou toda a desconfiança para provar que poderia ser útil, algo verdadeiramente enxergado pelo atual técnico Ramon Menezes.
Abaixo, o UOL Esporte listou os dez "mandamentos" que foram fundamentais para Fellipe Bastos dar a volta por cima e ser um dos principais destaques da equipe após a retomada do futebol, tendo feito cinco gols nas últimas cinco partidas, considerando também os jogos-treinos:
Ramon
O treinador foi um dos fatores mais fundamentais para a ressurreição de Fellipe Bastos. O volante revelou conversas diárias com Ramon Menezes e o cuidado e atenção que o comandante teve com ele, diferentemente dos antecessores Vanderlei Luxemburgo e Abel Braga.
"Ele (Ramon) me pediu coisas que o Abel e o Vanderlei não pediam. Ele me ligou durante a pandemia, antes do retorno, e perguntou se eu poderia fazer o que ele estava pensando. Me deu confiança, e isso tem feito a diferença. Sabemos que o caminho é árduo para ele também, está começando agora como treinador, então temos que mostrar o tempo inteiro que estamos sempre com muita vontade de ajudá-lo. Eu tenho escutado muito o que ele tem a me dizer", disse à Vasco TV.
Mudança tática
Algo que está também diretamente atrelado a Ramon Menezes é sua mudança de posicionamento tático. O treinador tem insistido que Fellipe Bastos "pise" mais na área, arrisque mais nas finalizações e treine bastante as cobranças de falta:
"Foi importante para mim. Eu sei que é uma coisa que não é rotineira na minha carreira, mas é uma cobrança que o Ramon tem feito para mim, de entrar mais na área, fazer a finalização, treinar falta...A gente conversa diariamente".
Pontaria
As cobranças venenosas de Fellipe Bastos não têm sido em vão. São frutos de muito treinamento e orientações de Ramon, que em seus tempos de jogador foi uma referência no assunto.
"O Bastos tem trabalho muito. Sem dúvida nenhuma fez um gol de falta maravilhoso, e poderia ter feito outro porque cobrou muito bem. Ele sabe o quanto treina. Chega cedo aqui no clube para treinar. Então está de parabéns. Tem evoluído muito nisso aí, porque bola parada decide jogo", elogiou Ramon à Vasco TV após o jogo.
Físico
Fellipe Bastos tornou-se um "leão de treino", principalmente na parte física. Hoje o volante se encontra mais forte e resistente.
"Trabalhei muito para estar num nível físico e ter essa qualidade tanto na frente quanto atrás. Sabemos que a parte física hoje no futebol precisa sempre estar no seu ápice. Trabalhei muito com a ajuda dos profissionais do clube e os particulares. Me ajudaram muito. A parte física tem sido muito importante para mim. Esse vai ser o Bastos. Eu estou preparado".
Foco
Ciente de que poderia render mais, Fellipe Bastos ignorou as críticas e focou em dar a volta por cima. O volante fez até uma analogia com o seu período de paralisação do futebol:
"Eu busquei essa oportunidade. Fiz da minha quarentena, minha pré-temporada. Botei na minha cabeça que tinha que ser um ano diferente do que vivi ano passado, mas tinha que mudar algumas coisas que eu estava fazendo. Eu busquei essa oportunidade, criei ela e não vou desperdiçá-la, porque foi com muito suor. Agradeço muito a minha família, porque sou muito chato, eles têm que me aguentar (risos). Nessa paralisação eu fiz de uma laranja uma laranjada, de um limão uma limonada para agarrar essa oportunidade".
Maturidade
O Fellipe Bastos das dancinhas, que o torcedor se acostumou em sua primeira passagem pelo Vasco, ficou para trás. O volante se mostra mais maduro:
"Eu fiz uma dancinha hoje (ontem) para o meu filho porque ele pediu se eu fizesse gol, mas não vai ter mais dança. Vou deixar para o Talles, para o Pec... A galera mais nova (risos)".
Liderança
Junto com a maturidade, veio a liderança. Fellipe Bastos é, atualmente, um dos líderes do elenco, junto com o capitão Leandro Castan, o goleiro Fernando Miguel e outros jogadores mais experientes, tanto para questões do grupo quanto para ser porta-voz à diretoria.
Empatia
Seu perfil mais maduro também o fez ter empatia com o clube além das quatro linhas. No período mais difícil de salários atrasados do Vasco, Fellipe Bastos foi um dos que mais ajudou financeiramente os funcionários, algo que preferiu não divulgar publicamente.
Superstição
O mérito por estar colhendo os frutos agora é de seu esforço, mas a superstição também tem ajudado um pouquinho, segundo ele. A escolha pela camisa 8, do seu ídolo Juninho Pernambucano, por exemplo, foi uma das:
"Antes de entrar aqui na coletiva, eu recebi uma mensagem de uns meninos que eu jogava na base. Eu jogava com a 8 porque eu era meia, e era 8 por causa do Juninho. Eu admirava ele por tudo o que fazia no Vasco e na carreira. Quando voltei e a 8 estava vaga, eu escolhi porque era a que eu queria. Tudo que me fazia bem, eu peguei para mim. E a 8 foi isso também. Meu pai me cobrava muito para eu jogar com a 8".
Identificação
Mesmo com essa relação de amor e ódio por parte da torcida, Fellipe Bastos não esconde de ninguém sua paixão pelo Vasco. Campeão da Copa do Brasil em 2011, ele considera São Januário sua casa:
"Quando eu voltei ano passado, disse que estava voltando pra minha casa. E este ano quando voltei (após a renovação), falei que tinha ficado em casa".
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