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"Movimenta!": como grito de Diniz explica crise de criatividade são-paulina

Fernando Diniz, técnico do São Paulo, grita à beira do campo. Próximo jogo é hoje (16), às 16h - Marcello Zambrana/AGIF
Fernando Diniz, técnico do São Paulo, grita à beira do campo. Próximo jogo é hoje (16), às 16h Imagem: Marcello Zambrana/AGIF

Gabriel Carneiro

Do UOL, em São Paulo

16/08/2020 04h00

Os ouvidos mais atentos aos quatro jogos do São Paulo desde a retomada do futebol notaram a repetição de um grito do técnico Fernando Diniz à beira do campo em meio ao silêncio das arquibancadas: "Movimenta!". Mais do que uma simples orientação, o berro ajuda a explicar a crise de criatividade do time, que soma uma vitória (Fortaleza) e duas derrotas (Red Bull Bragantino e Mirassol) em três jogos com o time titular.

Basicamente, o mantra de Diniz mostra que o São Paulo pós-parada é um time que se movimenta pouco em campo. Após a saída de Antony para o Ajax-HOL, a equipe ficou carente de um jogador ofensivo de velocidade. Então, para compensar a ausência de uma peça pronta, fisicamente bem e confiável dessas características no elenco a movimentação se torna fundamental para acelerar a troca de passes e cumprir a ideia de jogo ofensiva do treinador. Sem movimentação, a tendência é que o time fique lento e improdutivo.

É exatamente isso o que tem feito falta nos últimos jogos, quando a posse de bola no campo de ataque não tem opção de passe. Na defesa, a falta de movimentação também deixa uma lacuna, pois Juanfran fica mais exposto sem a presença de Antony.

Um argumento possível para o São Paulo se defender neste contexto são os quatro meses de paralisação do futebol que impuseram limites físicos e risco de lesões diante de uma maratona de jogos na retomada. Exceção feita a Internacional, Atlético-MG e Athletico Paranaense neste início de Brasileirão, nenhum outro time tem se notabilizado pela dinâmica ofensiva, o São Paulo é só mais um do bolo de quem tem corrido poucos riscos.

Contra o Fortaleza, Diniz escalou Liziero para preencher melhor o meio-campo e abriu mão de Pato. Assim, Daniel Alves teve posicionamento quase idêntico ao de um atacante de lado, com Liziero, Tchê Tchê e Igor Gomes na construção, Paulinho aberto pela esquerda em substituição a Vitor Bueno, que se recuperava de um desconforto muscular na coxa esquerda, e Pablo com mais liberdade no comando do ataque. Foi graças à tão pedida movimentação do centroavante, aliás, que o São Paulo encontrou espaço para anotar o gol da vitória por 1 a 0.

Sob os gritos de "movimenta" na área técnica, o São Paulo enfrenta o Vasco hoje (16), às 16h, em São Januário, pela terceira rodada do Brasileiro. A tendência é que Fernando Diniz mantenha Liziero e volte com Vitor Bueno entre os titulares.

FICHA TÉCNICA:

VASCO x SÃO PAULO

Data: 16 de agosto de 2020, domingo
Horário: 16h (de Brasília)
Local: estádio São Januário, no Rio de Janeiro (RJ)
Competição: Campeonato Brasileiro, 3ª rodada
Árbitro: Wilton Pereira Sampaio (Fifa-GO)
Assistentes: Fabrício Vilarinho da Silva e Bruno Raphael Pires (ambos Fifa-GO)
VAR: Elmo Alves Resende Cunha (GO)

VASCO: Fernando Miguel; Yago Pikachu, Ricardo Graça, Leandro Castan e Henrique; Andrey, Fellipe Bastos e Benítez; Gabriel Pec, Germán Cano e Talles Magno. Técnico: Ramon Menezes.

SÃO PAULO: Tiago Volpi; Juanfran, Bruno Alves, Arboleda e Reinaldo; Tchê Tchê, Liziero, Igor Gomes e Daniel Alves; Vitor Bueno (Paulinho) e Pablo. Técnico: Fernando Diniz