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Gabriel O Pensador faz acordo com Santos e pagará dívida em cestas básicas

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Imagem: Divulgação

Bruno Thadeu

Colaboração para o UOL, em São Paulo

21/08/2020 04h00

O rapper Gabriel O Pensador cumpriu acordo feito com o Santos referente a uma dívida de honorários após processo perdido contra o clube. No acerto homologado pela Justiça no início da semana, a empresa do músico, a Pensador Futebol LTDA, se comprometeu a pagar R$ 10 mil para quitar o débito.

O Santos, por sua vez, comunicou ao juiz que a quantia será revertida integralmente em cestas básicas, conforme estabelecido no acordo.

O UOL Esporte apurou que a empresa de Gabriel O Pensador já efetuou a transferência bancária. Agora, os mantimentos serão entregues a entidades assistenciais.

Com o acordo homologado, o juiz da 10ª Vara Cível, de Santos, José Beltrame Júnior, julgou extinto o processo.

A reportagem entrou em contato com o jurídico da Pensador Futebol e aguarda posicionamento. O Santos, por meio de sua assessoria de imprensa, informou que não comenta processos jurídicos.

A disputa judicial entre Pensador x Santos

Em 2017, a Pensador Futebol ingressou com ação acusando o Santos de firmar contrato diretamente com o lateral Patrick Florindo, em março de 2015, sem envolver a empresa.

Patrick Florindo chegou ao Santos em 2013 por intermédio da empresa do rapper. O lateral não chegou a jogar no profissional do clube.

O primeiro contrato de Florindo com o Santos aconteceu em 1º de fevereiro de 2013, com validade até 31 de janeiro de 2015.

Os problemas entre Pensador e Santos ocorreram no segundo contrato, em 19 de março de 2015. Neste segundo vínculo, com validade até abril de 2016, o clube assinou com o lateral sem a participação da Pensador Futebol.

A empresa acionou a Justiça alegando existência de cláusula prevendo o recebimento de R$ 300 mil (a título de direito de preferência) em caso de um novo contrato com o Santos até 31 de janeiro de 2015.

A empresa acusou o Santos de manter o jovem sem contrato no clube por 47 dias com o intuito de não pagar o direito de preferência, formalizando novo acordo diretamente com Patrick em março de 2015.

O clube, por sua vez, justificou que já havia se expirado o direito de preferência da empresa sobre o lateral, e que, portanto, não haveria necessidade de pagar R$ 300 mil.

Santos venceu nos tribunais

Em julho de 2018, a Justiça considerou improcedente o pedido da empresa, entendendo que não havia mais o direito de preferência. A empresa de Gabriel O Pensador recorreu da sentença, mas a Justiça manteve a decisão em 2º grau.

O Superior Tribunal de Justiça ratificou as decisões das instâncias anteriores.

Derrotado nos tribunais, a empresa foi condenada a pagar os honorários. Com correção monetária e juros, o valor subiu para R$ 54 mil.

Em acordo homologado judicialmente, a Pensador Futebol e o Santos acertaram a redução da dívida para R$ 10 mil, combinando também que o valor fosse revertido em cestas básicas.

A condenação da empresa do rapper era a título de honorários advocatícios. Ou seja: os valores não seriam transferidos para o Santos, mas, sim, para as advogadas do clube que atuaram na defesa do processo judicial — Gisele Cabrera e Stephanye Azevedo. As advogadas concordaram com os valores revertidos em cestas básicas.