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Brasil amplia recorde mundial em finais da Liga dos Campeões

Neymar e Marquinhos comemoram primeiro gol do PSG sobre o RB Leipzig em semifinal da Champions - David Ramos/Getty Images
Neymar e Marquinhos comemoram primeiro gol do PSG sobre o RB Leipzig em semifinal da Champions Imagem: David Ramos/Getty Images

Rafael Serra

Colaboração para o UOL, em São Paulo

23/08/2020 04h00

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O futebol brasileiro renovará um expressivo recorde quando Bayern de Munique e PSG entrarem em campo hoje (23) pela final da Liga dos Campeões 2019/20. Será a 36ª vez que pelo menos um futebolista local entrará em campo para disputar o título da Europa, maior marca entre todos os países do mundo.

Além de aumentar o próprio recorde de país mais vezes presente em finais de Liga dos Campeões, o qual detém isoladamente desde a temporada 2011-12, o Brasil também ampliará a maior sequência ininterrupta de aparições em decisões: 21, que se mantém intacta desde que Roberto Carlos e Sávio entraram em campo pelo Real Madrid na final contra o Valencia (1999/2000). Desde então, a sequência só esteve em risco na final da temporada 2007/08, quando Manchester United e Chelsea não escalaram nenhum brasileiro entre seus titulares. No entanto, Belletti (Chelsea) e Anderson (Manchester United) foram a campo já nos minutos finais da prorrogação e garantiram a manutenção do feito.

Para se ter uma melhor dimensão do tamanho desta marca, a segunda melhor sequência da história neste quesito será alcançada nesta final por franceses e espanhóis, que terão estado presentes em campo nas últimas 10 decisões (menos da metade do recorde brasileiro).

Curiosidades

Mais de um terço das federações filiadas à Uefa nunca tiveram um jogador de seu país em campo em uma final de Liga dos Campeões. Entre eles estão Eslováquia, Islândia e Israel, cujas seleções já disputaram a Copa do Mundo.

Por sua vez, San Marino, país que nunca venceu uma partida oficial, conta com duas participações em decisões da Champions, com direito a um título. O ex-volante da Juventus, Massimo Bonini, foi quem representou, na década de 80, a pequena república que possui pouco mais de 30 mil habitantes.

Assim como San Marino, outros oito países que nunca disputaram um Mundial já tiveram jogadores em campo em finais da Liga. São eles: Belarus, Finlândia, Macedônia do Norte, Montenegro, Gabão, Mali e Zimbábue.

Novatos sul-americanos

Dois países sul-americanos com ampla história no futebol mundial só foram representados em uma decisão da Europa muito recentemente. Em 2015, Arturo Vidal se tornou o primeiro chileno a obter o feito ao entrar em campo na derrota da Juventus diante do Barcelona do trio MSN. Dois anos mais tarde, foi a vez de Juan Cuadrado ser o pioneiro colombiano em uma final do torneio. Ele, porém, foi expulso apenas 18 minutos após ter entrado em campo pela Juventus aos 21 minutos do segundo tempo na goleada por 4 a 1 aplicada pelo Real Madrid.

Nenhum jogador de Paraguai, Bolívia e Venezuela esteve em campo nas 64 decisões da principal competição de clubes da Europa disputadas até hoje.

Canadá 1 x 0 Estados Unidos

Nascido em Gana, filho de pais refugiados da Segunda Guerra Civil da Libéria, Alphonso Davies emigrou para o Canadá aos cinco anos de idade, país ao qual se naturalizou em 2017. Ao que tudo indica, o lateral esquerdo será o primeiro canadense a disputar uma final de Liga dos Campeões, feito que nenhum cidadão do vizinho Estados Unidos ainda foi capaz de alcançar.

O Canadá passa a ser o quarto país da Concacaf presente em uma decisão da Europa. O primeiro deles foi Trinidad e Tobago, terra do atacante Dwight Yorke, campeão com o Manchester United em 1999. Depois dele, México e Costa Rica também tiveram futebolistas em campo decidindo a Liga.

Primeira final com brasileiros dos dois lados

A primeira decisão de Liga dos Campeões com brasileiros nos dois times foi na temporada 1999/00, quando o Real Madrid contava com Roberto Carlos e Sávio, enquanto o lateral esquerdo Fábio Aurélio era os jogadores relacionados pelo Valencia. Já a primeira vez em que brasileiros entraram em campo pelos dois lados foi na final da 2001/02, quando o Real Madrid de Roberto Carlos e Flávio Conceição venceu o título ao superar o Bayer Leverkusen de Lúcio.

Último campeão sem brasileiros

O Liverpool de 2005 foi o último time campeão europeu sem jogadores brasileiros em seu elenco. Na ocasião, o time de Rafa Benítez ficou com a taça ao superar o Milan de Dida, Cafu, Kaká e Serginho na disputa de pênaltis, em uma das finais mais memoráveis da história da competição.

Como um bom whisky

Embora atualmente não tenha a relevância de outrora no futebol europeu, a Escócia foi por três temporadas, até o final da década de 80, o terceiro país que mais vezes esteve representado em finais da Liga dos Campeões. Hoje, ocupa a 12ª colocação no ranking.

Consistência croata

Quando a Croácia teve um jogador participando pela primeira vez de uma final de Liga dos Campeões após sua independência, a Iugoslávia já acumulava seis presenças em finais. Atualmente, a Sérvia (que herdou as conquistas esportivas da antiga república comunista) acumula 17 finais, enquanto os vizinhos croatas já estiveram presente em 16 decisões.

Declínio italiano

A Itália liderou o ranking de presença em finais por 17 anos antes de ser ultrapassada pelo Brasil em 2011. De lá para cá, somou somente mais duas participações e ocupa atualmente a quinta colocação.

Confira abaixo todos os Brasileiros que entraram em campo em finais de Liga dos Campeões:

Taça dos Clubes Campeões Europeus

  • 1956/57: Julinho Botelho - Fiorentina (vice)
  • 1959/60: Canário - Real Madrid (campeão)
  • 1960/61: Evaristo de Macedo - Barcelona (vice)
  • 1962/63: Dino Sani - Milan (campeão)
  • 1963/64: Jair da Costa - Inter de Milão (campeão)
  • 1964/65: Jair da Costa - Inter de Milão (campeão)
  • 1971/72: Jair da Costa - Inter de Milão (vice)
  • 1983/84: Toninho Cerezo e Paulo Roberto Falcão - Roma (vice)
  • 1986/87: Celso e Juary - Porto (campeões)
  • 1987/88: Mozer, Elzo, Chiquinho Carlos e Wando - Benfica (vice)
  • 1989/90: Ricardo Gomes, Aldair e Valdo - Benfica (vice)
  • 1990/91: Mozer - Olympique de Marselha (vice)
  • 1991/92: Toninho Cerezo - Sampdoria (vice)
Liga dos Campeões da Uefa
  • 1993/94: Romário - Barcelona (vice)
  • 1997/98: Roberto Carlos - Real Madrid (campeão)
  • 1999/00: Roberto Carlos e Sávio - Real Madrid (campeões)
  • 2000/01: Élber e Paulo Sérgio - Bayern de Munique (campeões)
  • 2001/02: Roberto Carlos e Flávio Conceição - Real Madrid (campeões); Lúcio - Bayer Leverkusen (vice)
  • 2002/03: Dida, Roque Júnior e Serginho - Milan (campeões)
  • 2003/04: Carlos Alberto e Derlei - Porto (campeões)
  • 2004/05: Dida, Cafu, Kaká e Serginho - Milan (vice)
  • 2005/06: Edmílson, Ronaldinho e Belletti - Barcelona (campeões); Gilberto Silva - Arsenal (vice)
  • 2006/07: Dida e Kaká - Milan (campeões)
  • 2007/08: Anderson - Manchester United (campeão); Belletti - Chelsea (vice)
  • 2008/09: Sylvinho - Barcelona (campeão); Anderson - Manchester United (vice)
  • 2009/10: Julio César, Maicon e Lúcio - Inter de Milão (campeões)
  • 2010/11: Dani Alves - Barcelona (campeão); Fábio - Manchester United (vice)
  • 2011/12: David Luiz - Chelsea (campeão)
  • 2012/13: Dante e Luiz Gustavo - Bayern de Munique (campeão)
  • 2013/14: Marcelo - Real Madrid (campeão); Miranda e Filipe Luís - Atlético de Madrid (vice)
  • 2014/15: Dani Alves e Neymar - Barcelona (campeões)
  • 2015/16: Marcelo, Casemiro e Danilo - Real Madrid (campeões); Filipe Luís - Atlético de Madrid (vice)
  • 2016/17: Marcelo e Casemiro - Real Madrid (campeões); Dani Alves e Alex Sandro - Juventus (vice)
  • 2017/18: Marcelo e Casemiro - Real Madrid (campeões); Firmino - Liverpool (vice)
  • 2018/19: Alisson, Fabinho e Firmino - Liverpool (campeões); Lucas Moura - Tottenham (vice)

Presença em finais da Liga dos Campeões por país (contando somente os jogadores que entraram em campo):

  • 35 finais: Brasil
  • 33 finais: Espanha e França
  • 32 finais: Alemanha
  • 29 finais: Itália
  • 27 finais: Holanda
  • 24 finais: Inglaterra
  • 23 finais: Portugal
  • 21 finais: Argentina
  • 17 finais: Sérvia
  • 16 finais: Croácia
  • 15 finais: Escócia
  • 12 finais: Dinamarca e Gales
  • 11 finais: Suécia
  • 10 finais: Irlanda
  • 8 finais: Bélgica
  • 7 finais: Gana e Uruguai
  • 5 finais: Polônia e Romênia
  • 4 finais: Bulgária, Costa do Marfim, Noruega e República Tcheca
  • 3 finais: Áustria, Bósnia, Camarões, Coreia do Sul, Costa Rica, Eslovênia, Hungria, Nigéria, Mali, Turquia e Ucrânia
  • 2 finais: Austrália, Egito, Geórgia, Grécia, Irlanda do Norte, México, San Marino, Senegal, Suiça e Zimbábue
  • 1 final: África do Sul, Alemanha Oriental, Angola, Argélia, Belarus, Chile, Colômbia, Equador, Gabão, Macedônia, Marrocos, Montenegro, Peru, RD Congo, Rússia e Trinidad e Tobago