Resumo da notícia
- Blogueiros dizem o que a fase final da Champions pode ensinar ao futebol brasileiro
- "Estamos muito atrás, e não só pelo abismo econômico", analisa Andrei Kampff
- Juca Kfouri: "Aquilo que sabemos: que futebol é jogo coletivo e que seu objetivo é o gol"
- Marcel: "Velocidade e organização em contraste com a desorganização e individualismo"
Reiniciada no início do mês após uma longa paralisação por conta da pandemia de coronavírus, a Liga dos Campeões 2019/20 foi definida ontem (23) após uma série de jogos eletrizantes em sua reta final - entre eles a vitória por 1 a 0 do campeão Bayern de Munique sobre o PSG.
No mesmo fim de semana, o Campeonato Brasileiro chegou à quinta rodada com mais nove jogos, a maioria deles com um futebol que, novamente, deixou a desejar - salvo algumas raras exceções.
Diante desses dois cenários distintos, fizemos as seguintes perguntas aos colunistas do UOL Esporte: O que a fase final da Liga dos Campeões pode ensinar ao futebol brasileiro? Ou ainda: O que explica a diferença de futebol na retomada da Champions e no Brasileirão? Veja o que eles responderam:
ANDRÉ ROCHA
Na Europa estão os melhores profissionais - jogadores, comissões técnicas e gestores. E normalmente se respeita processos.
Em relação ao campeão Bayern, fica a lição, mais uma vez, de que o trabalho coletivo potencializa os talentos e não o contrário, como muitos aqui no Brasil imaginam.
Leia o blog do André Rocha.
ANDREI KAMPFF
A Champions traz o retrato mais fiel - e cruel - da diferença do futebol jogado na Europa para o jogado no Brasil. Estamos muito atrás, e não só pelo abismo econômico. A razão também está nos conceitos de jogo e na gestão do negócio.
Leia o blog Lei em Campo.
JUCA KFOURI
Aquilo que sabemos: que futebol é jogo coletivo e que seu objetivo é o gol.
A retomada na Europa deu-se antes. Eles já estão quase em regime.
Leia o blog do Juca.
MARCEL RIZZO
Na verdade, a novidade seria se a diferença técnica e tática da Europa para o Brasil diminuísse pós-parada. Tem que se levar em conta sempre a qualidade dos jogadores, e os melhores estão na Europa. Acho importante esse porém sempre quando se compara o futebol praticado lá do que é realizado aqui. No mais vimos a velocidade e organização tática do futebol europeu em contraste com a desorganização e individualismo exagerado do futebol brasileiro.
Leia o blog do Marcel Rizzo.
MENON
A primeira diferença é o dinheiro. Muito mais dinheiro lá do que cá. Isso significa melhores jogadores e melhores técnicos. Como diminuir a diferença abissal?
1) ter um projeto para contratações. Descobrir bons jogadores nas Américas ou na África. Utilizar mais a base, de modo que os jogadores fiquem mais tempo no Brasil.
2) Os nossos treinadores buscarem mais conhecimento e atualização.
Leia o blog do Menon.
PERRONE
Quando se fala em diferença entre futebol europeu e brasileiro sempre temos que levar em consideração a melhor qualidade dos times da Europa e de seus treinadores. Essa é uma das explicações. Mas também é preciso levar em conta que a Liga dos Campeões foi retomada num momento menos duro da pandemia do que o vivido no Brasil na volta ao futebol. Além disso, a Uefa soube proteger melhor a saúde dos atletas e das comissões técnicas fazendo as disputas finais com sede única em Portugal. A Liga dos Campeões não sofreu a mesma onda de contágio de covid-19 que enfraqueceu times no início do Brasileiro.
Leia o blog do Perrone.
RODOLFO RODRIGUES
O que a fase final da Liga dos Campeões pode ensinar ao futebol brasileiro?
Diferença técnica à parte, acho que o que pode servir de ensinamento, mais uma vez, é o futebol ofensivo. O Bayern deu aula de como chegar rápido ao ataque, de como fazer uma marcação alta com eficiência e intensidade - não só nos minutos iniciais. A agressividade e a busca incessante pelo gol é algo a se copiar. A saída de bola lenta, a enorme troca de passe sem objetividade e a retranca não têm espaço por lá.
O que explica a diferença de futebol na retomada da Champions e no Brasileirão?
A qualidade técnica dos jogadores e dos treinadores. Em 2019, tivemos aqui um bom treinador (Jorge Jesus) e um time com um elenco qualificado (Flamengo), que fez um jogo de páreo com o Liverpool, campeão da Champions, no Mundial de Clubes. Mas estamos vivendo um período crítico, com técnicos sem inovações táticas e preocupados ao extremo em jogar para não perder e não levar gol.
Leia o blog do Rodolfo Rodrigues.
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