Corinthians deve ficar sem R$ 35 milhões em bilheteria em meio à pandemia
Diego Salgado
Do UOL, em São Paulo
26/08/2020 04h00
O Corinthians está perto de fechar um acordo pelos naming rights da Arena Itaquera, mais de seis anos depois da inauguração do estádio. A parceria entre o clube e uma empresa cujo nome é mantido em sigilo ocorreria em meio à falta de receitas no estádio devido à pandemia do novo coronavírus.
O maior desfalque alvinegro diz respeito à bilheteria da Arena Corinthians. Com mais de quatro meses de interrupção dos campeonatos, de março a julho, o estádio só recebeu dez partidas. Dessas, apenas cinco com a presença de torcedores.
Até aqui, o Corinthians teve uma arrecadação líquida de R$ 4,9 milhões. O valor representa cerca de 12% do registrado em 2018 e 2017. Nessas temporadas, o lucro com a bilheteria dos jogos atingiu R$ 38 milhões — foram 38 e 35 partidas, respectivamente. Como não existe expectativa de retorno do público em 2020, o clube deve manter as cifras atuais obtidas neste ano.
A diferença aumenta quando os números de 2020 são comparados aos de 2017, ano em que o Corinthians conquistou dois títulos e média de público de 34 mil pagantes por partida. A renda líquida somada atingiu R$ 40 milhões. No ano de maior receita, 2015, a Arena Corinthians gerou um lucro de quase R$ 44 milhões apenas com os jogos do time alvinegro.
Como mostrou o UOL Esporte, a negociação de momento deverá ser fechada por valores na faixa de R$ 300 milhões a R$ 350 milhões. Assim como acontece com o nome do possível parceiro, a diretoria alvinegra também faz mistério sobre o tempo de contrato, que deve ser de aproximadamente 20 anos.
Dessa forma, o Corinthians teria uma receita anual entre R$ 15 milhões e R$ 17,5 milhões, bem abaixo dos R$ 38 milhões obtidos com a renda dos jogos disputados no estádio.
Vale lembrar que todas as receitas ligadas a eventos no estádio são destinadas ao fundo responsável pelo pagamento da dívida com a Caixa Econômica Federal.
Confira a renda líquida da Arena ano a ano:
2014: R$ 23,0 milhões (18 jogos)
2015: R$ 43,8 milhões (35 jogos)
2016: R$ 33,0 milhões (34 jogos)
2017: R$ 40,1 milhões (34 jogos)
2018: R$ 38,5 milhões (35 jogos)
2019: R$ 38,8 milhões (38 jogos)
2020: R$ 4,9 milhões (10 jogos, cinco sem torcida)