Justiça manda arrombar mansão leiloada de Edilson avaliada em R$ 3 milhões
O Tribunal Regional do Trabalho da 5ª Região (TRT-5) determinou o arrombamento e a troca de fechadura de uma mansão do ex-jogador Edilson Capetinha avaliada em R$ 3 milhões, em um condomínio no Horto Florestal, em Salvador. De acordo com o TRT, a casa foi leiloada para cobrir dívidas de ações trabalhistas, movidas em 2012 por ex-funcionários de empreendimentos do ex-jogador, da sua ex-esposa e demais sócios.
Edilson, que foi campeão na Copa de 2002 e defendeu Corinthians, Flamengo e Palmeiras, teve cinco imóveis penhorados no ano passado por conta de dívidas de mais de R$ 8 milhões. Três empresas ligadas a Edilson e a sua ex-mulher Ivana Ferreira são alvo das ações: Ed Dez Eventos Promoções e Produções Artísticas, Estação Ed Dez Empreendimentos Artísticos e Bloco Carnavalesco Broder.
No despacho que determinou o arrombamento, emitido no dia 7 de agosto, a juíza Andrea Presas Rocha afirma que a medida foi necessária para viabilizar a posse do imóvel por parte do novo proprietário Christiano Pinto Polillo. Geralmente, o antigo dono entrega as chaves à Justiça, mas não foi o caso.
Por conta disso, a juíza solicitou auxílio policial para o arrombamento, além da presença do novo proprietário e um chaveiro para troca da fechadura, com prazo de cinco dias para execução.
"Deve o arrematante (Christiano Pinto Polillo), de logo, ficar ciente de que eventuais bens que se encontrem guarnecendo o imóvel ficarão sob sua guarda e depósito, pelo prazo de 30 dias", determinou a juíza.
O UOL tentou entrar em contato com o advogado de defesa de Edilson, mas até o momento da publicação não obteve resposta.
Falta de obrigações trabalhistas
Na maioria das 21 ações movidas contra as empresas, ex-funcionários reclamam a falta de pagamento integral de horas extras, adicional noturno, férias, entre outras obrigações trabalhistas.
Como as empresas do ex-jogador não possuíam bens ou valores suficientes para quitação dos débitos, a Justiça decretou a desconsideração da personalidade jurídica dos donos das empresas, no caso Edilson e Ivana, direcionando as execuções para as pessoas físicas.
Movimentações atípicas
O TRT-5 analisou movimentações bancárias e constatou que familiares de Edilson tiveram rendimentos financeiros atípicos. O filho de Edilson e Ivana possuía três imóveis em seu nome mesmo sendo menor de idade. A conta bancária da mãe de Edilson, Maria de Lourdes, registrou quantias muito acima dos ganhos com a aposentadoria.
Segundo o Tribunal, Edilson e Ivana usaram nomes e contas de familiares para ocultar bens, dificultando bloqueios e pagamentos de dívidas.
Quem é o novo dono?
O arrematante do imóvel, Christiano Pinto Polillo, é um ex-executivo da OAS que atuou no Porto Maravilha, no Rio de Janeiro, e foi administrador da Morro do Gato Empreendimentos. Ele também é sócio do restaurante Al Mare, em Salvador, ao lado do ex-ministro Geddel Vieira Lima e Luiz Fernando Machado Costa Filho, dono da Cosbat.
O ex-ministro foi condenado em 2019 a 14 anos de prisão depois que a Polícia Federal encontrou R$ 51 milhões em malas e caixas em um apartamento em Salvador, em 2017. Polillo chegou a prestar depoimento na ocasião, mas negou qualquer envolvimento na prática ilícita do ex-ministro. Enquanto isso, Costa Filho virou réu no caso, mas foi absolvido por falta de provas.
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