Pottker foi de trunfo de mercado a moeda de troca em três anos no Inter
Era quarta-feira, 10 de maio de 2017. No aeroporto Salgado Filho, em Porto Alegre, cerca de 30 torcedores do Inter gritavam: "Uh, terror, Pottker é matador!". O clube havia acabado de confirmar a contratação do goleador do Brasileirão do ano anterior, do Paulista daquele ano, além de ter sido eleito o melhor jogador da competição. Para disputar a Série B e voltar à elite, o investimento alto da direção era comemorado no Beira-Rio. Três anos depois, o cenário mudou bastante.
No dia seguinte, o atacante vestiu a camisa do Inter. Primeiro a de treino, e já chegou marcando gol. Depois a de jogo para conceder entrevista coletiva. Entre outras coisas, sublinhou a oportunidade, o desejo de voltar para primeira divisão e se dispôs a atuar pelos lados ou como centroavante. Alternativas que acompanham toda sua trajetória no Sul.
O Inter havia vencido o Corinthians na disputa por ele. O Timão chegou a estar acertado com o jogador e não concretizou acordo em razão da impossibilidade de ele atuar na Copa do Brasil, pois já havia jogado pela Ponte Preta. O Colorado agiu rápido e firmou acerto por 2 milhões de euros (R$ 6,5 milhões na cotação da época).
A estreia foi em 20 de maio de 2017, contra o ABC. Ele marcou um gol, mas o empate em 1 a 1 e a derrota no jogo seguinte, para o Paysandu, ocasionaram a demissão do técnico Antonio Carlos Zago. E a sequência acabou tão acidentada quanto o início do atacante vestindo vermelho.
Goleador do time, mas Nico López como sombra
Em 2017, William Pottker foi goleador do Inter na Série B. Marcou dez gols na competição da qual o Colorado foi vice-campeão, conseguindo o esperado acesso. A presença na equipe parecia segura e 2018 surgia como oportunidade de se firmar. Ainda que tenha recebido sondagens, o Colorado, na ocasião, se mostrava irredutível e sem interesse de se desfazer dele.
Em 2018, porém, ficou claro um problema que o incomodava: a preferência da torcida por Nico López. Após o jogo contra o Boavista pela Copa do Brasil, empate em 1 a 1, exatamente com gol de Pottker, o jogador desabafou.
"Não é rejeição, é preferência. A preferência é pelo Nico. A torcida tem um carinho muito grande por quem vem de fora. Isso é muito legal, coisa que brasileiros não têm fora daqui. Ficamos felizes pela receptividade aos gringos. Eu já tenho uma boa passagem pelo futebol e isso serve de motivação para eu poder atingir os objetivos com meus companheiros", disse.
Pottker, no segundo ano, seguiu sendo utilizado. Foram dez gols em 39 jogos ao longo da temporada.
Muitas lesões e trabalho especial
Mas, no ano seguinte, Pottker conviveu com problemas. Foram muitas lesões, a maioria muscular. Entre idas e vindas do departamento médico, faltou sequência para que ele conseguisse atingir os objetivos esperados. Além disso, quando esteve em campo conviveu com responsabilidades defensivas e acabou distante da artilharia.
Em 2019, foram 21 jogos e cinco gols. Seja em partidas ou participação no placar, ele esteve longe do que já havia feito pelo próprio Colorado.
Tanto que para 2020 a comissão técnica preparou um trabalho especial para ele. Pottker começou a atuar depois dos demais jogadores para encerrar de vez a rotina de departamento médico. Até que o início mostrou alguns argumentos, mas não o suficiente. Depois de dez jogos e um gol, ele voltou a se lesionar e ficará parado nas próximas semanas.
Em três anos, Pottker foi de 'oportunidade de mercado' à 'moeda de troca'. O Internacional pode envolver o atacante em algum negócio por outro homem de frente. O nome dele foi citado em possível troca por Pedro Raul, do Botafogo. O negócio, porém, não andou.
Atrás de homens de frente, o Inter espera concretizar a contratação do uruguaio Abel Hernández e já praticamente não tem esperanças de contar com Alexandre Pato, que deixou recentemente o São Paulo.
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